O Grupo Tholl se tornou referência na arte circense brasileira. Considerada por muitos o Cirque du Soleil brasileiro, a trupe foi criada pelo ex-ginasta João Bachilli. Com mais de 15 anos de história, o grupo pelotense tem um quadro com 45 artistas. Eles ensaiam de segunda a sexta-feira, em dois turnos. Os espetáculos contabilizam um número incrível de espectadores: quase 1,7 milhão de pessoas até agora. O resultado do sucesso é percebido nas palavras do criador.
– Começamos sem ter dinheiro para comprar sapatilha. Hoje é diferente, somos comparados até ao Cirque Du Soleil. Tudo isso é muito gratificante – afirma Bachilli.
Além da inovação nos figurinos, os espetáculos do grupo também precisaram ser reinventados. Percebendo que muitas cidades do interior do Estado não dispunham de teatro ou auditório, o Grupo Tholl adaptou suas apresentações para ginásios esportivos.
– Chegamos à conclusão de que qualquer cidade tem um ginásio. Pode ser o menor município, que vai ter um ginásio esportivo. Foi então que mudamos o formato do espetáculo e conseguimos lotar os ginásios de dezenas de cidades. Teve vezes que botamos 10 mil pessoas nas apresentações – diz Bachilli.
Ouça a reportagem no Supersábado, da Rádio Gaúcha:
O artista circense Douglas Paiva integra o elenco fixo do Tholl há cinco anos. Ele entrou no grupo como forma de lazer e diversão. Com o tempo, foi se aprimorando, e a atividade se tornou o seu trabalho. Douglas reconhece que a rotina de treinos físicos, ensaios e viagens não é fácil, exigindo empenho e foco:
– Treinamos diariamente, é muito duro, mas não podemos ficar parados. Sempre tem algo que podemos melhorar. Assim como em qualquer profissão, temos que nos reinventar a todo instante.
Em 2011, o artista Fábio Marques, também membro do Grupo Tholl, sentiu que a trupe precisava iniciar um caminho social. As apresentações não poderiam ficar restritas a teatros, auditórios e ginásios. Foi então que se criou um projeto social para levar o espetáculo para hospitais e lares de idosos de Pelotas.
– A missão do artista é exatamente essa, alegrar o público, alegrar quem não está em um momento muito legal. Isso me gratifica muito – comenta Fábio.
Mesmo com o sucesso e a lotação nas apresentações, os artistas do Tholl ainda não estão satisfeitos e nem querem ficar na zona de conforto. A turma comandada por Bachilli quer seguir se reinventando e criando novos formatos. A inquietude em busca da perfeição e de coisas novas parece ser a receita.
– A nossa ideia é sempre criar algo novo e diferente para o público. Essa é a missão do Tholl. Talvez esse seja o nosso grande segredo – conclui Bachilli.