Fábio Prikladnicki
Há algo de enigmático nos palhaços de Matéi Visniec: nunca conseguimos apreender realmente quem são, o que querem e qual o seu lugar no mundo. Há quem veja no patético duelo desses três clowns por uma vaga de emprego – que nem sabem qual é – uma crítica ácida à condição do artista na sociedade, mas em nenhum momento eles fazem qualquer esforço para despertar nossa comiseração. Muito pelo contrário, estão sempre tentando vender uma imagem melhor do que aquela que escondem suas tristes carreiras. O que há de verdadeiro em Nicollo, Filippo e Peppino é sua involuntária vocação para nos fazer rir. Um riso melancólico, é verdade, mas sem sombra de dúvida autêntico.
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