Uma das mais abrangentes mostras de teatro do Brasil, o Festival Palco Giratório Sesc volta a Porto Alegre entre 4 e 28 de maio, trazendo 54 espetáculos de 13 Estados, além de uma montagem vinda da Bolívia. Para quem não quiser perder as atrações, é bom ficar atento: a venda de ingressos começa nesta quarta-feira, às 8h, no Sesc Centro, e a agenda completa já estará disponível a partir de terça no site sesc-rs.com.br/palcogiratorio.
Neste ano, o festival completa duas décadas, levando espetáculos para diferentes cidades do país. Esta é a 12ª edição em Porto Alegre – em 2017, além da capital gaúcha, a mostra passará por mais 143 municípios, totalizando 685 apresentações. O homenageado deste Palco Giratório nacional é um projeto ainda mais longevo: a companhia gaúcha Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz, que está completando 39 anos.
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– A curadoria do festival resolveu homenagear o Ói Nóis por conta de sua continuidade no trabalho de levar o teatro para a rua, de estimular os artistas a ocupar a rua – explica Jane Schoninger, coordenadora de Artes Cênicas e Visuais do Sesc/RS e integrante da curadoria nacional do Palco Giratório.
O Ói Nóis estará na programação do festival em Porto Alegre nos dias 4 e 5 de maio, com o espetáculo Caliban – A Tempestade de Augusto Boal, que será encenado em mais 18 cidades. Outra presença gaúcha é a intervenção Dilúvio MA, do grupo Ecopoética, que colocará artistas suspensos durante algumas horas sobre espaços carentes de atenção e cuidado – a performance na Capital será no dia 12 de maio.
– Neste ano, muitas obras apresentadas exploram problemas políticos atuais, questões de segurança pública e o descompromisso com os direitos dos cidadãos. A poesia, a palavra e corpo servem para refletir sobre o que estamos vivendo – diz Jane.
Entre os destaques da temporada, estão os espetáculos Auê, da Cia. Barca dos Corações Partidos (RJ); Os Arqueólogos, do Empório de Teatro Sortido (SP); e MAR, do grupo boliviano Teatro de Los Andes (saiba mais ao lado). A programação também contemplará o público infantojuvenil, com Abrazo, do Grupo de Teatro Clowns de Shakespeare (RN); FUI!, da Cia. Senhas de Teatro (PR); Feito Criança, da Cia. Rústica (RS); entre outras.
Novidade instituída em 2016, o evento também promoverá um seminário, desta vez com o tema Práticas de Emergência Cênica. A atividade é gratuita e ocorrerá de 16 a 19 e de 23 a 25 de maio. Inscrições pelo e-mail palcogiratoriosesc@sescrs.com.br.
Quatro destaques da programação
CALIBAN
A Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz é a companhia homenageada do ano. A trupe gaúcha apresentará no festival o espetáculo de rua Caliban – A Tempestade de Augusto Boal. O texto foi criado a partir de A Tempestade, de Boal, que dialoga com o texto de Shakespeare. O grupo propõe ao público analisar a “tempestade” conservadora atual. Fora do festival, o Ói Nóis apresentará o espetáculo hoje e quinta, às 15h, gratuitamente, na Praça da Alfândega. Dias 4 e 5 de maio, às 16h, no Largo Glênio Peres.
AUÊ
O musical da Cia. Barca dos Corações Partidos (RJ) reúne em cena sete homens que falam e cantam sobre o amor. Auê explora gêneros musicais, como maracatu, samba de roda, valsa e rock. Formado pelos elencos de Gonzagão – A Lenda e Ópera do Malandro, dirigidas por João Falcão, o espetáculo tem direção de Duda Maia e foi indicado em três categorias ao Prêmio Shell. Dias 6 (às 20h) e 7 de maio (às 18h) no Theatro São Pedro.
OS ARQUEÓLOGOS
O espetáculo do grupo paulistano Empório de Teatro Sortido (SP) conta a história de uma dupla de arqueólogos do futuro que tenta compreender a civilização do século 21. A peça une dois ganhadores do Prêmio Shell de 2016: Vinicius Calderoni, como melhor autor por Arrã, e Rafael Gomes, melhor diretor por Um Bonde Chamado Desejo. O elenco ainda tem Guilherme Magon. Dias 9 e 10 de maio, às 21h, no Teatro Renascença.
MAR
O espetáculo da companhia boliviana Teatro de Los Andes conta a história de dois irmãos Juana, que saem em viagem determinados a cumprir o último desejo da mãe: ser abandonada nas ondas do mar. O espetáculo mexe com o imaginário boliviano acerca da ausência de ligação do país com o oceano, perdida para o Chile na Guerra do Pacífico (1879 – 1883). Dias 12 e 13 de maio, às 21h, no Teatro Renascença.