O ator Ashton Kutcher, 46 anos, tem recebido críticas nas redes sociais por defender a utilização de Inteligência Artificial (IA) para substituir elencos e equipes de produção de filmes. Em um evento recente de tecnologia em Los Angeles, nos Estados Unidos, o artista falou sobre o tema e apontou que, com o avanço da ferramenta, Hollywood precisará evoluir.
— Eu tive acesso a uma versão beta (da ferramenta de IA generativa da empresa OpenAI, chamada Sora) e achei incrível. Dá para gerar qualquer tipo de vídeo, de 10 ou 15 segundos, que parecem bem reais —afirmou ele, de acordo com a revista Variety. — Por que uma equipe de produção iria para a rua filmar uma cena simples de uma casa, o que chamamos de "estabilishing shot", se pode pagar US$ 100 para uma inteligência artificiar criar aquilo por você?
Para Kutcher, a tecnologia poderá, em breve, criar filmes longas-metragens inteiros do zero.
— Você simplesmente terá uma ideia para um filme, depois ela (a tecnologia) escreverá o roteiro, depois inserirá o roteiro no gerador de vídeo e gerará o filme.
Ele acredita que isso obrigará a indústria cinematográfica a melhorar a qualidade de suas produções.
— Nós teremos mais conteúdo por aí do que existem olhos no planeta, o que significa que cada pedaço de conteúdo só vai ter valor se alguém além do criador se interessar por consumi-lo. O sarrafo vai ter que subir muito em Hollywood, porque a competição será outra: por que eu devo assistir ao seu filme, se posso assistir ao meu próprio?
Conflito de interesse?
As declarações geraram polêmica, especialmente porque o ator teria investido, em 2023, US$ 243 milhões em startups de inteligência artificial, conforme destacou a revista Monet com base na repercussão da imprensa internacional.
"Ele não está falando como um cineasta (pois ele nunca foi um diretor, diretor de produção roteirista ou editor). Ele está falando como um vendedor de investimentos", escreveu um internauta no X (antigo Twitter). "Achei que o Ashton Kutcher só estava sendo burro, mas na verdade ele tem todo um conflito de interesses também", pontuou outro.