Nem batalhas de sabre de luz, tampouco o encanto de princesas fazem frente à Dona Hermínia. A força e a magia nas bilheterias dos cinemas do Brasil estão com a enfezada e divertida matriarca encarnada por Paulo Gustavo em Minha Mãe É uma Peça 3.
Em cartaz desde 26 de dezembro, a comédia já foi vista por 6,9 milhões de espectadores, fenômeno que deixa comendo poeira os blockbusters da Disney. Star Wars: A Ascensão Skywalker soma 2,6 milhões de ingressos vendidos desde 19 de dezembro e Frozen 2 tem 4,8 milhões desde 2 de janeiro.
Com uma queda de apenas 19% no público de uma semana para a outra – Frozen 2, por exemplo, caiu 44% –, Minha Mãe É uma Peça 3 reforça o apelo de Paulo Gustavo e sua mais famosa criação junto ao público. O novo filme já superou o primeiro da franquia (4,6 milhões de espectadores) e busca superar o segundo (9,2 milhões). É um sucesso nacional. Arrecadou até domingo passado R$ 110 milhões. No sábado, a reportagem de GaúchaZH acompanhou a sessão lotada em uma das 23 salas que exibem o filme em Porto Alegre, no GNC do shopping Praia de Belas.
— Eu me identifiquei muito com história. Moro em Dom Pedrito e minha filha veio para Porto Alegre fazer a vida dela. Quando os filhos saem de casa, a gente perde uma parte da gente — disse a professora Elizorete Tarouco, referindo-se ao tema central do longa-metragem: a amargura de Dona Hermínia encarando o ninho, pois sua filha, que está grávida, e seu filho, que vai se casar com o namorado, saíram de casa para formar suas próprias famílias.
A autônoma Lívia Carolina e a estudante Maria Antônia preferem ver filmes de terror no cinema. No entanto, o casal abriu uma exceção e escolheu a comédia, buscando um momento de descontração.
— Mãe é tudo igual, só muda o endereço. O jeito que ela (Hermínia) reclama é igualzinho ao da minha mãe – brincou Maria.
Lívia lembrou-se de ter passado por situações semelhantes às abordadas na história:
— Destaco a parte da aceitação do filho dela. Quando me assumi homossexual, minha mãe me aceitou e me apoiou. E também vejo semelhanças quando saí de casa e minha mãe ficou triste no início.
Competência
Diretor do portal Filme B, especializado em análise do mercado cinematográfico, Paulo Sérgio Almeida avalia o desempenho de Minha Mãe É uma Peça 3:
— Quem assistiu ao filme na cabine (de imprensa), meu caso, viu que mexia com a plateia, mesmo formada por críticos nem sempre fãs deste estilo de filme.
Almeida avalia que Paulo Gustavo encontrou a fórmula do sucesso e que tem total empatia junto ao público:
— Ele tem a fórmula do sucesso, que no caso é competência, talento e muito trabalho. Participa de tudo, do roteiro à direção, dos diálogos, da divulgação e até mesmo da distribuição. Sua empatia com o público é total. Podemos afirmar sem dúvida que Paulo Gustavo é a nova grande estrela do cinema brasileiro, como Renato Aragão já foi com seu público, e mesmo a Xuxa.
Paulo Sérgio também acredita que a performance do longa anterior, Minha Mãe É uma Peça 2, será superada.
— A previsão é de que fique entre 10 e 11 milhões de espectadores — diz.
Paulo Gustavo no cinema*
- Minha Mãe É uma Peça 3 (2019), de Susana Garcia – 6,9 milhões **
- Minha Mãe É uma Peça 2 (2016), de César Rodrigues – 9,2 milhões
- Vai que Cola - O Filme (2015), de César Rodrigues – 3,3 milhões
- Minha Mãe É uma Peça – O Filme (2013), de André Pellenzge – 4,6 mihões
* Como protagonista
** Em cartaz, número totalizado até o último final de semana
Fonte: Filme B e Ancine