A precursora da retomada do cinema brasileiro foi homenageada na noite deste sábado (17), no Palácio dos Festivais, na 47ª edição do Festival de Cinema de Gramado. Aos 58 anos, a atriz e cineasta Carla Camurati recebeu o Troféu Eduardo Abelin, destinado a grandes autores do cinema nacional.
No tapete vermelho, ela comentou sua relação com o evento.
- Foi o primeiro festival que eu vim na minha vida como atriz. Era meu primeiro filme. Então, é muito emocionante receber essa homenagem. Este festival é importante não só por tudo que vivi, mas também por sua extensa trajetória ao lado do cinema brasileira - disse Carla.
Após receber o troféu no palco, Carla destacou:
- Tenho muito orgulho do cinema brasileiro. Vamos, que nosso cinema está em seu melhor momento.
Em sua estreia como diretora de longas-metragens em 1995, com Carlota Joaquina: Princesa do Brasil, Carla inaugurou a retomada do cinema no país, abrindo portas para um período de crescente produção audiovisual. Estrelada por Marieta Severo, o filme era uma comédia de baixo orçamento que lançava um olhar sarcástico sobre um período remoto da história brasileira.
Como diretora, Carla trabalharia em mais outros três longas: La Serva Padrona (1999), Copacabana (2001) e Irma Vap: O Retorno (2006). Atualmente, ela prepara um documentário intitulado História do Tempo Presente, que dever abordar a redemocratização do país.
Antes de ir para atrás da câmeras, Carla começou sua carreira como atriz nos anos 1980, na novela Brilhante (1981). Participou ainda de folhetins como Sol de Verão (1982), Champagne (1983), Livre para Voar (1984), Fera Radical (1988), Pacto de Sangue (1989) e Brasileiros e Brasileiras (1990). Ela também atuou em produções destacadas do cinema nacional como O Olho Mágico do Amor (Kikito de melhor atriz em 1981), Estrela Nua (Prêmio Especial do Júri de Gramado em 1985), Cidade Oculta, Eternamente Pagu (melhor atriz no Festival de 1987) e Lamarca (1994).