Em cartaz desde quinta-feira (27), Turma da Mônica: Laços levou para os cinemas os personagens criados por Mauricio de Sousa interpretados por atores mirins. Em vídeo que circula pelas redes sociais, o autor aparece emocionado após uma sessão de pré-estreia do filme. E, pelo que o próprio Mauricio conta, não foi a primeira vez que ele chorou assistindo ao longa.
Em entrevista a GauchaZH, o criador da Turma da Mônica fala sobre o que sentiu ao ver seus personagens no cinema. Também comenta sobre a homenagem que receberá na 47ª edição do Festival de Cinema de Gramado, que ocorre na cidade da serra gaúcha entre 16 e 24 de agosto. Será entregue a Mauricio o Troféu Cidade de Gramado no dia 21 de agosto, no Palácio dos Festivais.
Circula na web um vídeo de você emocionado na pré-estreia de Laços. O diretor do filme, Daniel Rezende, comentou em entrevista à GaúchaZH que não era a primeira vez que você se emocionava com o filme. Em quais aspectos o longa lhe emocionou?
Primeiro, porque foi a realização de um sonho antigo. Estava vendo ali uma excelente realização desse sonho. Um trabalho maravilhoso, devo muito ao Daniel a existência desse filme com essa categoria e qualidade toda. Passou pela minha cabeça diversas lembranças do tempo que eu pensava em fazer um filme, mas tinha receio de não encontrar os atores adequados, a direção adequada, crianças que pudessem representar ou ser dirigidas profissionalmente. Tinha essas dúvidas todas e fui atrasando o projeto. Quando comecei a falar do assunto, Daniel me procurou e disse que queria fazer. Então, tá bom. Um cara que tem indicação ao Oscar (melhor montagem, por Cidade de Deus), com essa vontade, é óbvio que tem que sair coisa boa (risos). Cada vez que assisto ao filme, eu me emociono e choro. Já assisti cinco vezes, sei de cor e salteado. A emoção sempre volta.
Você supervisionou o processo de realização do filme?
Muito pouco. Não precisei tomar conta porque ele (Daniel Rezende) conhecia tudo da Turma da Mônica. O roteiro nós discutimos, mas as filmagens não. Confiei no Daniel. Lógico que aqui e ali tive que viajar para a cidade onde estava sendo realizada a filmagem e fiz minha pontinha (risos).
Como você avalia sua atuação em Laços?
Eu não nasci para aquilo (risos). Para mim, foi uma brincadeira. Se for para dramatizar, eu não sou disso daí não.
Parece ser um filme que vai levar diferentes públicos ao cinema: dá para pensar que pega os adultos pela memória afetiva e uma geração mais novinha. Há algum público específico para Laços?
Já estou recebendo os vovôs, que estão assistindo ao filme e chorando, pois recordam-se dos primeiros momentos em que eles viram a Turma da Mônica. Funciona para os adultos como uma maquininha do tempo: retornam as emoções que sentiram quando conheceram a turma. Já que o filme é bom e tem os elementos novos para interessá-los, os novos amiguinhos da Turma da Mônica vão daqui um tempo crescer, casar e levar seus filhos para ver a turminha também. Acho que estamos fazendo uma moto-contínuo da Turma da Mônica (risos).
Já tem em mente as possíveis sequências de Laços ou outros filmes da Turma da Mônica? Quem sabe um filme do Chico Bento?
Nesta terça-feira já temos uma reunião para estudar o roteiro de uma possível continuação de Laços.
Seria Lições (graphic novel que dá sequência a Laços)?
Poderia ser Lições. Ou então Lições mais Lembranças (terceira parte da trilogia). Talvez juntos essas duas obras componham um filme melhor. Vamos decidir agora.
Consegue imaginar outros personagens ganhando filme?
Provavelmente. Até podemos sair um pouquinho da trilogia publicada para que entre novos personagens.
Este ano, você irá receber o Troféu Cidade de Gramado no Festival de Cinema de Gramado. O que simboliza para você esse reconhecimento em um dos principais festivais de cinema do país?
Acho lindo, ótimo, bacana, maravilho e sensacional (risos). É um festival de muito respeito. Faz muito tempo que não vejo Gramado. Meu filho caçula acaba de passar por lá e adorou a cidade, que não conhecia. "Puxa vida, parece uma cidade europeia, pai!". Pois é, filho. Devia ficar por lá esperando eu receber a homenagem (risos). É uma conquista muito importante para mim.