A arte já tem data para voltar a invadir as ruas de Porto Alegre. Na tarde desta quinta-feira (20), foram anunciados os primeiros detalhes da 14ª Bienal do Mercosul, que tem previsão de ocorrer de 12 de setembro a 17 de novembro de 2024 e deverá ter a vida como fio-condutor, usando a arte para expressar o renascimento. As informações foram compartilhadas em coletiva de imprensa.
Na ocasião, Carmen Ferrão, presidente da edição passada da Bienal do Mercosul, anunciou que seguirá à frente da iniciativa por mais um mandato, planejando estender o sucesso de seu trabalho — segundo ela, no evento de 2022, mais de 600 mil pessoas se envolveram com as artes espalhadas pela Capital. Para 2024, ela pretende que o número salte para 800 mil.
— A gente pode transformar o mundo através da arte. A proposta da Bienal é de ser sempre democrática e, cada vez mais, nós queremos fazer isso: trazer mais pessoas, para que elas conheçam e se engajem — disse Carmen, enfatizando a sua empolgação com a dobradinha no projeto e dizendo que pretende se inspirar na Bienal de Veneza, na Itália.
Novo curador-chefe
Para colocar o plano em prática, ela escolheu Raphael Fonseca como curador-chefe da mostra. Carioca, pesquisador e doutor em Crítica e História da Arte, o dono da mente que vai pensar a 14ª Bienal do Mercosul ainda é curador de arte moderna e contemporânea latino-americana do Denver Art Museum, nos Estados Unidos, cargo que ele ocupa desde 2021. Aos 35 anos, ele assume o posto que foi de Marcello Dantas na 13ª edição, realizada em 2022.
Fonseca apresentou a diversificada equipe que atuará com ele nas frentes do projeto. Em comum, eles vêm das periferias de suas respectivas cidades — de Porto Alegre a Santo Antônio de Jesus, na Bahia, além de La Vega, na República Dominicana, de onde é a primeira curadora adjunta caribenha da Bienal do Mercosul, Yina Jiménez Suriel. A ideia do curador-chefe é fazer um evento democrático, que converse com várias partes da Capital, não apenas a região central.
— A Bienal vai ter este perfil, sem romantizar, de chegar em lugares vistos como periferias, chegar em pessoas que vêm de lugares semelhantes aos lugares que a gente (curadoria) veio e que essas pessoas, no futuro, também possam estar em lugares de curadoria, de autoria, de expressão como artista. É sempre esse sonho que as artes visuais tenham um papel educacional e que possam mudar a sociedade — destacou Fonseca.
Assim, o projeto da Bienal do Mercosul de 2024 é ser ainda maior que a edição anterior — como apontou diversas vezes a presidente —, ultrapassando o número de cem artistas, bem como indo em direção a lugares que não foram ocupados pela mostra na Capital.
A organização também quer puxar artistas das periferias para exporem os seus trabalhos durante o evento, mas sempre priorizando a qualidade das obras de arte, alinhadas com o agora.
— Não queremos uma Bienal asséptica, com ambientes que pareçam hospitalar — antecipou Fonseca, apontando que as cores terão destaque no evento, que começa daqui pouco mais de um ano. O nome do tema, bem como os artistas e as instituições participantes, serão divulgados nos próximos meses.