Ajudada pelo clima ameno, que contrastou com a chuva de 2018, a quarta edição da Noite dos Museus teve um público recorde de 105 mil pessoas neste sábado, segundo a organização do evento e a Brigada Militar. Quatorze espaços culturais receberam o público para o projeto que incentiva a visitação aos museus da Capital. Se os pontos positivos são em número muito maior, há aspectos a serem melhorados para 2020.
O público surpreendente para a produção resultou em longas filas na área de alimentação. Para o ano que vem, o idealizador do projeto, Rodrigo Nascimento, espera sensibilizar patrocinadores para expandir a infraestrutura. Neste ano, a Noite dos Museus foi realizada com R$ 200 mil de patrocínios pela Lei de Incentivo Federal (Rouanet) e R$ 100 mil de verba da produtora Rompecabezas, que poderá ter de aportar mais R$ 100 mil para cobrir despesas de última hora.
6 PONTOS QUE FUNCIONARAM BEM
1. Boa oferta de food trucks e barracas de chope na Praça da Alfândega
Gastronomia não é o foco do evento, explica seu idealizador, Rodrigo Nascimento, mas serve como “forma de ocupação do espaço público”. Mesmo assim, houve boa oferta de comes e bebes. O problema foram as longas filas.
2. Palco a céu aberto localizado na Praça da Alfândega
Além dos 14 museus participantes, com suas atrações, havia um palco com atrações na Praça da Alfândega. Foi na edição de 2017, quando a Noite dos Museus recebeu 54 mil pessoas, que a organização identificou a necessidade de ocupar mais a praça. Com a quantidade de gente que lotou o local neste ano, estuda-se a possibilidade de expandir a estrutura para o outro lado da Av. Sepúlveda em 2020.
3. Iluminação e segurança
Nascimento avalia que neste ano a organização conseguiu trabalhar melhor a iluminação cenográfica. Para isso, o tempo bom foi fundamental. Em 2018, segundo ele, a chuva prejudicou a montagem e o funcionamento dos equipamentos. Quanto à segurança, era visível a presença da Brigada Militar. Quando ficou claro que o público estava superando a expectativa, a organização providenciou 25 seguranças particulares, além dos que estavam na entrada dos museus – três ou quatro por instituição.
4. Equipes preparadas e informadas dentro dos museus
Sem contar as equipes próprias dos museus, o evento contou com cerca de 70 monitores voluntários. Nascimento explica que os monitores receberam um treinamento geral e outro específico da instituição em que seriam alocados. A quantidade de público do lado de dentro foi determinada pelo gestor de cada museu, o que influenciou no tamanho das filas.
5. Qualidade e diversidade da programação artística
A programação musical ganhou a companhia de outras linguagens: teatro, circo, dança, literatura e arte. A oferta deu um panorama da produção local, com nomes consagrados e novos talentos. A curadoria foi assinada por um conselho artístico formado pela equipe da produtora Rompecabezas e por dois convidados (Bruno Assami e Roger Lerina). A organização espera manter a ideia do conselho e, se possível, ampliá-lo.
6. Novos espaços culturais
O Museu da Brigada Militar e o Centro Cultural CEEE Erico Verissimo foram novidades neste ano. A organização avalia se acrescentará outros dois espaços para o ano que vem, totalizando 16 instituições, ou se optará por um rodízio, garantindo espaço para instituições menores ou pouco conhecidas, tendo em vista o objetivo principal de incentivar as visitações.
4 PONTOS A MELHORAR
1. Longas filas e desorganização na compra de tíquetes de alimentação
Efeito do público acima da expectativa, segundo a organização. Nascimento admite que o número de caixas foi insuficiente e acrescenta que será avaliada a alternativa de permitir que cada food truck faça suas vendas. Será estudada a comercialização antecipada de tíquetes pela internet.
2. Linha Turismo foi insuficiente
A prefeitura informa que um terceiro ônibus da Linha Turismo sofreu avaria na véspera e não pôde ser utilizado para a circulação entre os espaços. A organização do evento estuda implementar no ano que vem outras opções de mobilidade, além da Linha Turismo, privilegiando o transporte coletivo. Nascimento espera, por exemplo, conversar com empresas de ônibus.
3. Fechamento da Rua dos Andradas
O caminho da Praça Sepúlveda ao calçadão da Andradas foi disputado entre pedestres e veículos. O fechamento da via desafogaria as calçadas. Nascimento pretende fazer essa solicitação para a EPTC no ano que vem.
4. Poucas lixeiras e poucos banheiros químicos
Outros efeitos do público acima do esperado. Segundo Nascimento, toda a infraestrutura precisará ser repensada e ampliada para o ano que vem, o que exigirá mais recursos, ou seja, mais verba de patrocinadores.