Famílias inteiras, jovens e adultos. Todos só queriam saber de uma coisa na Fundação Iberê Camargo: conhecer Spider, escultura da artista franco-americana Louise Bourgeois (1911-2010), que começou a ser exposta nesta semana. Para entrar no local, as filas duravam em média meia hora, mas valia o esforço.
A cada metro do museu, celulares a postos para selfies e grupos conversando com curiosidade sobre a peça de mais de três metros de altura.
— É algo muito diferente mesmo, inusitado, mas não chega a dar medo não — observava o fotógrafo José Luiz Dias, que levou a família toda para curtir a Noite dos Museus.
O medo não existia no vocabulário de ninguém mesmo. Até a criançada parecia empolgada com a escultura. A representante comercial Tanise Bernardi, 38 anos, estava acompanhada da filha Valentina, nove anos.
— Ela morre de medo de aranhas, mas desta ela até gostou e achou divertida — entrega a mãe Tanise, enquanto a pequena dava boas risadas com o pai.
Outras crianças tiveram a mesma reação. Patrick Fernandes, sete, também estava sorridente com o pai Augusto.
— Ela nem dá medo, até deu saudade do Homem-Aranha — diverte-se.
Frankenstein com banda
Do lado de dentro, o receio poderia ser a aranha — que, pelo visto, não ocorreu —, enquanto do lado de fora do Iberê Camargo a apreensão era com outro monstro. O público estava ansioso com a exibição do clássico Frankenstein, longa-metragem de 1931 que teve um trecho de 25 minutos projetado na fachada do espaço cultural.
E mais: a banda Fu-k the Zeitgeist tocou a trilha-sonora das cenas ao vivo, enquanto o filme rolava. A experiência agradou ao pelo público, que conseguiu imergir na produção do diretor James Whale, mesmo em pé e no meio de uma grande aglomeração de pessoas.
— Tinha horas que não sabia se olhava para a banda ou para a tela, porque os dois foram muito incríveis — opina o empresário Fernando Sales, 44.
Esta sensação foi compartilhada pelo casal de namorados Henrique Rockenbach, 26, e Fernanda Luz, 25.
— Frankenstein já é um filme assustador, e a banda conseguiu deixar tudo ainda mais intenso. Poderia haver mais projeções assim, Porto Alegre precisa mais disso — aponta Rockenbach.