A Noite dos Museus chega à sua quarta edição neste sábado (18) com uma programação ainda maior e mais diversificada do que nos últimos anos. Quinze pontos da Capital, entre museus, praças e centros culturais, recebem atrações musicais, performances de teatro, dança e slam. Confira a agenda completa ou monte seu roteiro.
Com mais de 60 atrações* programadas, contudo, não será fácil escolher o que ver durante a Noite. A pedido de GaúchaZH, nove personalidades da área cultural revelaram o que vão priorizar:
As Batucas e Carina Levitan, por Luis Fernando Verissimo
Eu escolheria um museu que não é museu, a Praça da Alfândega, para ver e ouvir As Batucas (às 19h15min) e o Centro Cultural CEEE Erico Verissimo, para ver e ouvir os sons experimentais da Carina Levitan (às 21h15min).
Kiai Grupo e Slam, por Anaadi
Pra quem quer se inspirar, indico o Kiai Grupo (Centro Cultural CEEE Erico Verissimo, às 22h30min), que para mim é o que de mais interessante surgiu em música instrumental nos últimos tempos. O show deles é uma viagem transcendental através da música e lava a alma! Também indico o SLAM. É sensacional e revela grandes talentos!
Zorávia Bettiol, por Luiz Antonio de Assis Brasil
Quando fala Zorávia Bettiol, calamo-nos. Ela discorrerá sobre a terceira idade, com a diretora Nora Prado, que dirige o espetáculo Lembranças do Lago Dourado. A atividade é no Museu da Santa Casa (às 20h45min). Alguns hospitais possuem museus – em geral, dedicados a espécimes anatômicos e suas respectivas patologias. O da Santa Casa, porém, propõe-nos uma viagem à Porto Alegre do século 19 e parte do século 20.
Maracatu Truvão, por Celina Alcântara
Vou à Praça da Alfândega e ao Museu de Porto Alegre Joaquim Felizardo. A praça é um espaço denotativo de um passado histórico e cultural. O museu é um prédio bonito, imponente e também aduz a um passado e a um presente de cultivos e lutas. Na praça, vai ter batucada feminina, dança, música popular, Maracatu Truvão (cortejo começa às 21h30 no MACRS). E no museu também vai ter dança, percussão, grupo de cultura afro, música popular brasileira cantada.
Mulheragem, por Nanni Rios
Mulheragem é um movimento artístico contemporâneo, em que mulheres diversas representam no palco histórias de artistas que foram apagadas ou diminuídas na História. É o espetáculo da reparação. Me encanta, em especial, o formato de colagem de cenas curtas, pois um movimento feminista que se pretenda contemporâneo precisa contemplar a multiplicidade de recortes e olhares. Na Pinacoteca Rubem Berta (às 19h45min) e no Margs (às 22h45min).
Le Batilli, por Carlos Gerbase
Le Batilli no Instituto Goethe (às 23h30min). A arte é feita para a alteridade, para o outro, mas também é uma ferramenta de reflexão e cura para o próprio artista. Ter restrições de locomoção (Le Batilli é cadeirante) é um desafio imenso. E aí entra a arte – no caso, a música – para manter as engrenagens rodando, encarando a vida com a necessária obstinação.
Ortácio, Borghetti, Salazar & Poty, por Claudia Tajes
Com certeza verei o quarteto Ortácio, Borghetti, Salazar & Poty no Museu Júlio de Castilhos (às 19h45min) e no MACRS (às 22h15min) e, mais tarde, o bardo Frank Jorge no Museu da UFRGS. Irei atrás também de Oly Jr., Arthur de Faria, As Batucas, do Slam, da diva Valéria e do que mais conseguir.
Valéria, por Katia Suman
O mais bacana do projeto é ocupar a Praça da Alfândega num sábado à noite. Da programação, recomendo o Slam Peleia, a milonga blues do Oly Jr, a alegria das Batucas, o coletivo Ortácio, Borghetti, Salazar e Poty, quatro guris incríveis, a poderosa Valéria (Museu Joaquim Felizardo, às 23h) e a suingueira da Funklister.
Slam, por Jorge Furtado
Há algo de novo e de bom acontecendo na cultura brasileira: a poesia nas ruas, na boca dos jovens, o Slam. Eles e elas já estão virando livros mas a força do Slam (no Margs, às 20h) vem das ruas, do convívio real, olho no olho, da palavra armada, pronta para enfrentar a intolerância, a insensibilidade e a burrice. Como ensinou Sergio Sampaio, “lugar de poesia é na calçada”. E nos museus.
*As indicações não consideraram a programação da Fundação Iberê Camargo, que foi divulgada posteriormente.