Em 2012, o que fazia sucesso na internet eram vídeos amadores captados com celular e postados sem critério no YouTube. Foi quando Antonio Tabet, Fábio Porchat, Ian SBF,
Outra sacada: decidiram publicar os vídeos em dias definidos – toda segunda e quinta-feira, às 11h. Estava pronta a estratégia que transformaria os esquetes de humor do coletivo Porta dos Fundos no maior fenômeno de audiência do YouTube no Brasil. Mas isso foi há cinco anos.
Hoje, o Porta está em outra. Além de produtora de séries para internet e TV a cabo, conta também com uma área de licenciamento de produtos, como camisetas e canecas, e outra de produção para cinema. E em breve lançará um canal online de esportes.
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– Não dá pra ser só artista. Hoje em dia é uma necessidade entender também do negócio. Você tem que ter um quê de empreendedor. Um ano, na internet, é como se fosse uma idade de cachorro, você multiplica (risos). Cinco anos é muito tempo – diz Fábio Porchat, 34 anos, em entrevista por telefone.
E o tino para os negócios se mostrou tão afiado quanto as piadas do grupo. Em uma negociação finalizada em junho deste ano, o Porta dos Fundos foi vendido ao grupo norte-americano Viacom, conglomerado de TV e cinema comandado pelo bilionário Sumner Redstone. As partes não comentam os valores, mas estima-se que a transação tenha rendido aos cinco sócios mais de R$ 60 milhões.
– Vendemos 51% da empresa. Ainda estamos entendendo como é essa coisa de ser empregado na própria empresa. Na verdade, somos artistas e seguimos trabalhando com criação – conta.
Queda na audiência e volatilidade digital
Há quem diga que a verve criativa do grupo não é mais a mesma. Os críticos se apegam ao ranking dos canais com mais inscritos no YouTube, que mostra o coletivo de humor alternando entre o 3º e o 4º lugares, com mais de 13 milhões de inscritos (Whindersson Nunes lidera, com mais de 22 milhões).
Sob qualquer ótica, no entanto, o desempenho do Porta dos Fundos está longe de ser ruim para quem já pode ser considerado um "senhor de cinco anos de idade", trabalha com a volatilidade do meio digital e disputa espaço com youtubers que se multiplicam em progressão geométrica.
– Não acho que essa volatilidade seja exclusiva do YouTube ou do meio digital. Isso é do mundo atual. O que funcionou pra gente nesses cinco anos talvez tenha sido o fato de que nunca perguntamos para o público o que ele gostaria de assistir. Sempre acreditamos na nossa verdade e as pessoas querem isso. Quanto mais verdadeiro você for na internet, mais o público te "compra". Tentamos fazer isso com o Porta dos Fundos – completa Porchat.