O título da exposição NO DRAMA, que será aberta nesta quinta-feira (18) no último andar da Fundação Iberê Camargo, veicula pelo menos dois conceitos: a dramaturgia do teatro e o aspecto dramático da existência. Ambos estão contemplados na curadoria de Eduardo Haesbaert, que encontrou um recorte pouco usual da produção de Iberê Camargo – sua relação com o teatro, a dança, a literatura, o cinema e a música. Algumas destas peças já haviam sido exibidas, mas não com este foco. Entre as curiosidades, estão um vestido de autoria desconhecida pintado pelo artista e uma pintura sobre fórmica e madeira articulada. Há também fotografias e reproduções de reportagens de jornal que dão conta da relação de Iberê com outros artistas.
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Uma série de guaches de 1986 ilustra a peça As Criadas, de Jean Genet, motivada pela montagem do grupo Ói Nóis Aqui Traveiz (intitulada As Domésticas) à qual Iberê assistiu. Atuadores do grupo serviram de modelos em seu ateliê. Outra série, de 1992, remete a O Homem da Flor na Boca, de Luigi Pirandello. No curta-metragem Presságio (1993), de Renato Falcão, Iberê desenha o ator Manoel Aranha enquanto este vive um personagem da peça. Também são destaques da mostra os estudos de figurino e cenário, por volta de 1959, para uma montagem não realizada do balé Rudá, de Villa-Lobos, e uma coleção de oito painéis de 1960 criada a partir de A Salamanca do Jarau, de Simões Lopes Neto. Assistente de Iberê em seus últimos anos (o artista morreu em 1994), Haesbaert identifica certa teatralidade no próprio ato de pintar.
– Ele entrava em transe quando pintava, como em uma performance. Interagia com o modelo ou com quem o estivesse assistindo – observa o curador. – Um dos quadros da exposição é Tudo te É Falso e Inútil IV, de 1992, título retirado de um poema de Fernando Pessoa, que para mim resume o conceito da exposição. Como uma anunciação, a personagem Idiota está ao lado da mesa com carretéis. O que antes era solidez agora desaba.
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Veja imagens das exposições Depois do Fim e NO DRAMA:
PROGRAMAÇÃO PARALELA ÀS EXPOSIÇÕES
O café da Fundação Iberê Camargo (Padre Cacique, 2.000) não está operando, mas funcionará excepcionalmente neste sábado (20), das 19h à meia-noite (dentro da programação da Noite dos Museus), e no dia 27, do meio-dia às 20h
NESTA QUINTA-FEIRA (18)
19h-21h: Coquetel de abertura das exposições NO DRAMA e Depois do fim
- Performance musical Origens, de Vagner Cunha, com Vagner, Ernesto Fagundes e Luciano Maia
- Performance Tudo te É Falso e Inútil, com Jairo Klein (textos de Fernando Pessoa e Iberê Camargo)
NESTA SEXTA-FEIRA (19)
16h30-17h30: Por trás das exposições
- Visita mediada com participação dos curadores Eduardo Haesbaert e Bernardo José de Souza
SÁBADO (20)
Noite dos Museus na FIC
- 19h30: Pedro Dom, clarinete
- 20h30: Milene Aliverti, violoncelo
- 22h: Zé Flavio Trio
- 23h: Amauri Iablonovski & Michel Dorfman
27 DE MAIO
14h30-16h: Cine Iberê
- Too Many Mommies, Daddies and Babies, 2009, 25min, de Gabriel Abrantes
- A Idade da Pedra, 2013, 29min, de Ana Vaz
- Nada É, 2014, 32min, de Yuri Firmeza
16h – 18h: Seminário A Forma das Coisas Por Vir
- Aula inaugural com Rodrigo Nunes: Exoperspectiva e Xenoperspectiva: Ficção Científica como Pensamento
18h: Performance Autæikon, de Alexandre Moreira
17h30-21h: Música ao Pôr do Sol
- DJ Kahara e convidados na área externa da FIC