Em 1958, pelas mãos e mentes dos uruguaios Jorge Ardrizzo (1929-2016) e Leon Spalter (1931-2014), nascia, na Avenida Protásio Alves, em Porto Alegre, a Termolar, empresa cujo intuito era produzir e oferecer soluções térmicas para seus clientes. A atual presidente da empresa, Natalie Ardrizzo, filha de Jorge (um dos precursores), conta que, na década de 1950, seu pai, que veio ao Brasil em 1947, se envolvia em diversas iniciativas empreendedoras. Uma dessas ações foi comprar a fábrica Termobrás, já falida, mas que estava em processo de recuperação. A partir dessa investida, surgiu a Termolar, que completa 65 anos de história amanhã. Com o passar dos anos, a indústria foi para o bairro Cristal, onde está sediada até hoje.
Logo no ano de fundação, os amigos uruguaios lançam a primeira garrafa térmica produzida pela Termolar, que foi chamada de Brasília. Daí em diante, a marca foi um sucesso, adentrando, pouco a pouco, com seus produtos, as residências dos gaúchos e brasileiros. Hoje, e já há um bom tempo, os produtos da empresa são consumidos também em diversos locais no Exterior. De acordo com Natalie, as exportações correspondem, aproximadamente, a 12% do faturamento da Termolar, com destino a países como Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile, República Dominicana, Guatemala, Estados Unidos, Espanha, Noruega, Angola e Emirados Árabes Unidos.
Ao longo de sua história, a empresa tornou-se pioneira em diversos produtos que marcaram gerações e foram sucessos de vendas. Entre eles, o garrafão Supertermo, lançado em 1973, e a garrafinha Minitermo Escolar, lançada em 1975. Na década de 1990, foi lançada a rolha dupla ação, com bico vermelho, tornando mais prático o ato de servir. Na virada do século, o sucesso foram as térmicas Magic Pump, de bombar, e Revolution — que foi a primeira a utilizar o aço inox.
Um dos produtos mais clássicos e emblemáticos, que facilmente é encontrado nas rodas de chimarrão, é a garrafa térmica Chimarrita, na qual está estampado um gaúcho montado em seu cavalo. Já neste século, percebendo e valorizando o avanço do protagonismo feminino, a Termolar criou a Chimarrita Pampeana, em que há uma gaúcha com uma cuia na mão, ao lado de seu cavalo, olhando para o horizonte. No entanto, tempos depois, segundo Natalie, a empresa decidiu ressignificar a imagem presente na garrafa térmica:
— A mulher estava pacífica, olhando a vida, deixando a vida levá-la. Aí chegou um momento em que a gente reavaliou essa figura. A nova Pampeana está puxando o arreio do cavalo exatamente para mostrar que não é refém do cavalo, nem da vida e de ninguém. Foi isso que a gente quis trazer nessa nova decoração, uma questão de movimento, de fluidez e também de poder.
Além do território gaúcho, a empresa tem forte ligação com nossos países vizinhos, como Paraguai e Argentina, mas principalmente com o Uruguai, terra natal dos fundadores. Inclusive, no ano passado, fortalecendo esse vínculo, a Termolar criou a mascote da Seleção Uruguaia para a Copa do Mundo do Catar, a Botija, simpática garrafinha térmica que representa a paixão dos uruguaios pelo mate.
A empresa ainda se destaca no cotidiano e nas redes sociais — mesmo, em alguns casos, sem ter uma parceria oficial — de grandes personalidades internacionais, como o craque argentino Lionel Messi, a supermodelo gaúcha Gisele Bündchen e o ídolo do futebol uruguaio Luis Suárez — que, aliás, em março, junto ao Grêmio, teve sua linha exclusiva e licenciada de produtos da Termolar, com a marca e assinatura do jogador.
Atualmente, a Termolar conta com mais de 600 colaboradores e produz cerca de 9 milhões de produtos por ano, que integram uma ampla linha de soluções térmicas — voltadas para casa, escritório e lazer — que incluem garrafas, copos, bules, cuias, ampolas e caixas.
Colaboração de Leonardo Bender