Na Porto Alegre do final do século 18, a via, hoje denominada Rua Uruguai, não passava de um beco transversal à Rua da Praia, que descia em direção ao chamado Porto dos Ferreiros, próximo à margem do Guaíba, nas adjacências da atual Rua Sete de Setembro. Em 1794, nesse beco, foi erguido um barracão de madeira para servir de teatro. Ele foi chamado, primeiro, de Casa da Comédia e, depois, pomposamente, de Casa da Ópera. Popularmente, a rua passou a ser chamada de Beco ou Rua da Casa da Ópera.
Em 1833, já desfigurada e guenza, a precária casa de espetáculos sofreu definitiva ruína com a grande enchente daquele ano. Apesar da extinção das atividades teatrais naquele logradouro, a rua continuava com a sua denominação anterior, que, com o tempo passou, a ser chamada de duas formas: Rua dos Ferreiros ou Beco do Porto dos Ferreiros.
Em 1838, o prédio do antigo teatro era motivo de preocupação por oferecer risco à segurança pública. Em 1840, a prefeitura recebeu pedido para uma nova edificação naquele local. A partir de 1860, com a Rua Sete de Setembro já definida e urbanizada, o “Beco” foi prolongado rumo ao rio, cuja margem começava a avançar sobre seu leito devido aos continuados aterros.
No final daquela década, as mudanças já tinham provocado alterações no perfil da rua, que acentuaram decisivamente sua vocação comercial. Sendo assim, em setembro de 1869, a Câmara Municipal determinou que, a partir de então, ela seria chamada de Rua do Comércio. Com essa nova denominação, ela se estendeu até a Rua das Flores (hoje Rua Siqueira Campos) e veria nascer em seu lado par, entre os anos de 1898 e 1901, o Paço Municipal (Prefeitura Velha).
Em 1916, o intendente José Montaury, para homenagear o país vizinho, deu um novo nome para a Rua do Comércio, que passou a se chamar Rua Uruguai. Simultaneamente, também foi renomeada a Praça Municipal, rebatizada de Praça Montevidéu. Com a construção do Cais do Porto, por volta de 1920, o velho beco chegou à Avenida Mauá.