Conseguir um lugar para estacionar o carro no centro de Porto Alegre é uma encrenca tão antiga que muitos já desistiram de tentar e, hoje, buscam outras alternativas que evitem a incomodação e o alto preço cobrado pela solução do problema. Talvez, num passado remoto, fosse um pouco mais fácil, mas a cidade foi crescendo e as agruras foram aumentando. Edifícios-garagem surgiram há relativamente pouco tempo, e uma vaga em um deles, sabemos, é cara. Largar o veículo na rua é quase impossível, e poucos cogitam fazer isso. Estacionamentos rotativos quebram o galho, mas são paliativos. A cada dia que passa, parece melhor a ideia de adotar um comportamento ambientalmente correto e deixar o automóvel em casa.
Antigamente, lá pelos anos de 1940 e 1950, a Praça Parobé, onde agora existe um terminal de ônibus, já foi uma grande área de estacionamento. Muito antes, havia ali uma doca, que foi aterrada em 1919 e transformada em uma linda praça ajardinada. Neste local, foi implantado, em 1935, um abrigo como ponto dos bondes das linhas Navegantes e São João. A praça foi devastada pela enchente de 1941. Depois disso, o lugar virou estacionamento.
A partir de 1960 e, especialmente, na década de 1970, o centro passou por grande transformação. Os terrenos que foram sendo impiedosamente “esvaziados”, como aquele em que estava o Mercado Livre, onde está hoje o grande arco da estação da Trensurb, acabaram adaptados como estacionamentos provisórios.
O mesmo ocorreu após a demolição do quartel da Polícia do Exército (ou do Oitavo, como se dizia antes), na Praça do Portão. A área onde agora está a Praça Raul Pilla, na alça de descida da Rua Duque de Caxias para a Avenida João Pessoa, também serviu, até por volta de 1976, como estacionamento temporário. Os dois últimos estacionamentos citados eram pagos e a verba arrecadada era direcionada para o Movimento Assistencial de Porto Alegre (Mapa).