Do leitor Fernando O. M. O’Donnell, recebemos a mensagem abaixo, a qual reproduzimos para enfatizar o papel pouco reconhecido do Coronel Apparício Mauriense da Silva e da sua cidade natal, São Borja, na campanha abolicionista.
“Como sempre o faço, li mais uma excelente matéria do Almanaque Gaúcho, Moção Plebiscitária (colaboração de Luiz Carlos Mello), publicada na edição do último final de semana. Pela referência à margem da foto do Coronel Apparício Mauriense da Silva, constatei ser colhida de minha modesta plaquette Súmula Biográfica e Histórica – 3ª Edição, distribuída pela Câmara de Vereadores de São Borja. O texto, bem delineado, merece ínfimos reparos do ponto de vista histórico. Nada, porém, que o deslustre.
Não são, todavia, tais detalhes que me fazem tomar a atenção dos senhores – senão que, bisneto do glorioso repúblico tão justamente lembrado, tenho um material no qual poder-se-ia dar proveito, por se tratar da luta contra a escravidão, cujo vitorioso ato final se comemora ou neste 13 de maio.
Sendo a publicação do texto desse fim de semana um lance jornalístico opportuno tempore, dada a atualidade do tema plebiscito, creio, no mesmo sentido, ser de bom alvitre recordar o 13 de maio com outra publicação que revele elementos inéditos, elucidativos e curiosos.
Para demonstrar o meu interesse em colaborar, anexo dois documentos raros pertencentes a meu acervo particular. Primeiro, uma peça de teatro escrita em 1882, por Apparício, que tinha como objetivo arrecadar fundos para a libertação de escravos. Segundo, uma folha do livro de registro de escravos de São Borja com a cota de libertação, escrita de próprio punho por Apparício.
Consigno, a propósito, que os anos de 1882 a 1884 foram de grandes conquistas na campanha da abolição, cabendo a São Borja a fundação de um dos clubes pioneiros no país e no Estado.
Por fim, ponho-me à disposição para outros assuntos relevantes da história de São Borja, berço da República e do trabalhismo.
Aos 78 anos, ex-membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul e da Academia Rio-Grandense de Letras, ex-conselheiro presidente e ex-membro do Conselho Estadual de Cultura, ex-Secretário adjunto de Cultura do RS no governo de Alceu Collares, além de autor de livros sobre a história de São Borja, sinto-me confortável em me colocar à disposição dos senhores.”