A família Azevedo e Souza, Azevedo Marques ou Azevedo, de origem portuguesa, comemorou, em 10 de fevereiro, 301 anos de presença no continente americano.
É uma das famílias mais antigas em nosso Estado. No ano passado, completou-se o tricentenário de sua chegada à América do Sul.
Naquele dia do ano de 1718, chegavam à Colônia do Sacramento, localidade hoje situada em território uruguaio, os 60 casais que, por ordem de Dom João V, rei de Portugal, vieram repovoar aquela praça, depois de sua retomada pelos portugueses, no início do século 18.
Dois irmãos faziam parte do grupo: José e Francisco Azevedo Barbosa, casados com duas irmãs, Maria e Teresa Marques de Souza. Estas eram filhas de Nicolau de Souza Fernando e Ana Marques, que também emigraram no mesmo grupo. José e Francisco Azevedo Barbosa foram os patriarcas da família Azevedo, que depois viria para o Rio Grande, aqui formando numerosa e ilustre descendência.
Em 1777, devido à última e definitiva ocupação da Colônia do Sacramento pelos espanhóis do Vice-Reino de Buenos Aires, o ajudante José de Azevedo e Souza, filho do pioneiro José Azevedo Barbosa, na companhia de sua esposa, Bernardina do Espírito Santo e de seus filhos, teve que emigrar para esta capitania de São Pedro.
A família veio residir na povoação de Rio Grande de São Pedro, junto ao forte Jesus-Maria-José, mais tarde cidade de Rio Grande. Sua descendência expandiu-se por todo o território rio-grandense, fixando-se inicialmente em pontos como Porto Alegre, Pelotas, Palmares e Vale do Caí. Três filhos desse casal, nascidos na Colônia, ligaram-se por casamentos à família Pinto Bandeira, notabilizada pelos militares.
Uma das filhas, Josefa Eulália de Azevedo (que veio a ser conhecida como “a Brigadeira”), foi a terceira esposa do brigadeiro (general) Rafael Pinto Bandeira, o mais importante comandante militar do século 18, que comandou as forças luso-brasileiras nas guerras contra a Espanha travadas em território rio-grandense.
Dois irmãos dela casaram-se com sobrinhas de Rafael: José de Azevedo e Souza II, transferindo-se para o Vale do Caí, consorciou-se com Desidéria de Oliveira Pinto Bandeira, filha de uma irmã do brigadeiro Rafael; e um terceiro filho, Joaquim Anacleto de Azevedo, casou-se com Constância Joaquina de Oliveira, irmã de Desidéria.
Muitos descendentes de José de Azevedo e Souza no Brasil, que somam alguns milhares, vêm ocupando funções públicas relevantes na política, diplomacia, advocacia, magistratura, medicina, no magistério universitário e, também, na vida empresarial e em outras atividades privadas.
Colaboração de Luiz Juarez Nogueira de Azevedo, pentaneto de José de Azevedo e Souza.