No transcorrer de 1960, no perímetro compreendido por conhecidas avenidas da Capital, como a Azenha, a João Pessoa e a travessa que as une, em frente ao atual Shopping João Pessoa, estabeleceu-se um circuito para emocionantes provas de kart.
Foi competindo ali, e apenas naquele ano, que Paulo Vellinho, então com 33 anos, revolucionou o kartismo com sua intuição e criatividade, importando dos Estados Unidos chassis mais leves, de molibdênio, e o motor McCulloch, bem mais potente do que os então superados motores de quatro tempos. Não deu outra. Vellinho, com seu kart que atingia 15 mil giros e chegava a excepcionais 105 km/h, vencia uma prova após a outra, diante de competidores como Armando Petersen (o Bacalhau), Vítor Hugo Decker, Ismael Chaves Barcelos entre outros.
Não foram mais de seis provas naquele ano, incluindo uma na Base Aérea de Canoas e uma no bairro Ipanema, onde os karts contornavam a caixa d’água, passavam pelo Restaurante Bologna e seguiam pela reta da Avenida Coronel Marcos, quando atingiam grande velocidade. Mas a última disputada por Vellinho não lhe trouxe a vitória e fez com que desistisse do kartismo.
Uma batida no meio-fio, nas proximidades do Colégio Júlio de Castilhos, e uma consequente distensão nas costas muito o incomodaram e, mais ainda, ao senhor Waldemar Albino Gehlen, à época presidente do Sulbanco, que financiava seus negócios. Ele deu a Vellinho a opção de prosseguir nas competições ou manter-se cliente do banco, pois entendeu que os riscos do seu cliente nas pistas de kart também estendiam-se à instituição que lhe dava crédito.
Passado aquele período de ousado desportista, Paulo Vellinho, hoje com 90 anos, comemorados no último dia 6 de setembro, tornou-se um bem-sucedido empresário, de destacada posição no meio, como presidente da Springer Admiral, Coemsa, Abinee (regional e nacional, 1989-1992) e Asgav e como líder das indústrias ao presidir a Fiergs.
Colaboração de Guilherme Ely