Paulo Sérgio Arisi (79 anos) nasceu em Getúlio Vargas. Com cinco anos, foi para Passo Fundo. Na década de 1950, chegou à Capital, onde estudou no Colégio Estadual Júlio de Castilhos, o "Julinho". Foi casado com Helena Maisonave, com quem teve três filhos: Ana Carolina (49), Bárbara (46) e Gabriel (40), todos com sólida formação acadêmica.
Paulo Arisi é uma daquelas pessoas que têm vivido tão intensamente (fez de tudo um pouco), que, nem resumida, sua trajetória caberia neste espaço. Ele se autointitula "um baita trapalhão". Conviveu, desde a infância, com o jornalista Tarso de Castro (1941-1991), de quem foi padrinho de casamento. Andaram juntos em Passo Fundo, em Porto Alegre e no Rio, onde Tarso ajudou a fundar o jornal O Pasquim. Arisi colaborou com o semanário de humor e também com a coluna de Tarso (na Folha de S. Paulo), na qual, numa oportunidade, Tarso o identificou como "um gaúcho tarado que tem mania de ser jornalista".
Na verdade, desde 1958, Arisi trabalhou na imprensa como colunista social dos jornais Diário Carioca (do Rio de Janeiro) e do A Hora (de Porto Alegre). Quando tinha 17 anos, aproximou-se do Clube de Cinema, uma das suas paixões, e de Paulo Fontoura Gastal, de quem se tornou amigo. Sem sequer ser sócio, Arisi organizou o bloco de Carnaval Os Futuristas, da Associação Leopoldina Juvenil.
Durante a década de 1970, ele mergulhou de cabeça no mercado de capitais. Operou no Rio, na Corretora Marcelo Leite Barbosa, ganhou muito dinheiro, mas acabou "quebrando" junto com ela. Perdeu o que tinha. Arrasado e deprimido, ficou fora de tudo por alguns anos, até que sua amiga, a jornalista Celia Ribeiro, resgatou-o para atuar novamente na imprensa. Para a Revista ZH, fez entrevistas com personalidades importantes, como Pelé, e com lindas mulheres, como Luiza Brunet, Xuxa, ou Bruna Lombardi, a quem trouxe a Porto Alegre, durante uma Feira do Livro, para apresentá-la a Mario Quintana, de quem já era musa. Foi durante seu retorno à ativa que Arisi acompanhou uma delegação de empresários que foram aos Estados Unidos para adquirir equipamentos para parques de diversões, como montanhas-russas. Aproveitou a oportunidade para conhecer Atlantic City e fazer contatos. Celita Jackson, relações-públicas do The Plaza, de Nova York, o encaminhou ao staff de Donald Trump.
Naquela época, início da década de 1990, o Trump Taj Mahal Casino e Resort bombava. De volta ao Brasil, como uma espécie de guia turístico, ou representante, Arisi indicava clientes poderosos como convidados para as festas e shows promovidos por Donald Trump. Um dos convites que recebeu e guardou, em 1993, tem a foto de Trump vestindo luvas de boxe com a frase "Against the odds" (contra as probabilidades, em tradução livre). No interior do grande cartão, o texto: "Donald J. Trump... ele já enfrentou obstáculos de todos os tipos... e agora é hora de saudarmos este homem que representa um triunfo do espírito empresarial (...) nesta temporada um sucesso espetacular (...) e nós estamos prontos para comemorar! Junte-se ao nosso Convidado de Honra, senhor Trump, na mais divertida, elaborada, elegante e extraordinária festa jamais realizada. Será uma festa à altura das realizações do Donald... e todos nós sabemos o que isto significa... um megaevento... cheio de surpresas".
No mês passado, o fechamento definitivo do Trump Taj Mahal deixou 3 mil pessoas sem emprego. No último dia 9, o magnata topetudo elegeu-se presidente dos Estados Unidos.