No dia 2 de setembro de 2018, o Brasil viveu um dos mais tristes episódios de sua cultura, quando um incêndio atingiu o Museu Nacional, no Rio de Janeiro (RJ), e queimou grande parte de um acervo histórico. Mas onde muitos só viam destroços alguém enxergou a possibilidade de fazer arte. Essa história de transformação e recomeço é tema do documentário Fênix: O Voo de Davi, lançado neste fim de semana na plataforma de streaming Globoplay.
Com direção e roteiro de Vinícius Dônola, João Rocha e Roberta Salomone, o filme apresenta o bombeiro e luthier Davi Lopes, que construiu instrumentos musicais com restos de madeira remanescentes do incêndio e produziu música e amor a partir de pedaços de móveis e vigas queimadas do local.
A jornada de Davi foi documentada desde setembro de 2018 e, desde então, foram confeccionados cinco instrumentos – dois violões, um bandolim, um cavaquinho e um violino – que serão entregues ao Museu Nacional.
O filme mostra todo o processo de busca do material em meio aos destroços, o trabalho de luthieria e a finalização dos instrumentos, que ganharam padrinhos famosos como Gilberto Gil, Paulinho da Viola, Nilze Carvalho, Paulinho Moska, Hamilton de Holanda e Felipe Prazeres.
Com autorização do museu, o suboficial dos bombeiros transformou, por exemplo, restos da porta da bilheteria, de jacarandá, nos fundos e laterais dos violões, do bandolim e do cavaquinho. A maior parte do material usado estava no interior do prédio do Museu, como os batentes de pinho-de-riga e uma viga de braúna, raros na natureza.
– A madeira estava totalmente queimada, mas eu tinha certeza de que uma parte dela poderia trazer algo de bom. E foi exatamente o que aconteceu. O sentimento que tenho é de vitória e de emoção. É a certeza de que nos momentos mais terríveis podemos ver uma luz no fim do túnel e renascer. Das cinzas – afirma Lopes.
Múmia em dose dupla
A faixa horária do Programa Duplo, no canal pago Megapix, apresenta hoje os dois primeiros títulos da franquia A Múmia, a partir das 18h50min. O ex-soldado Rick O’Connell (Brendan Fraser) e a arqueóloga Evelyn (Rachel Weisz) se juntam para enfrentar Imhotep, um antigo sacerdote egípcio ressuscitado em A Múmia (1999) e O Retorno da Múmia (2001). No segundo longa, eles lutam também contra o Escorpião Rei (Dwayne Johnson).
Conceição Evaristo no "Roda Viva"
A escritora e poetisa Conceição Evaristo, ganhadora do Prêmio Jabuti de Literatura em 2015, é a entrevistada de hoje do Roda Viva, às 22h, na TV Cultura. Considerada um dos nomes mais importantes da literatura brasileira, Conceição é autora, entre outras obras, de Becos da Memória, Olhos d’Água, Insubmissas Lágrimas de Mulheres e o romance Ponciá Vicêncio. No bate-papo apresentado por Vera Magalhães, a escritora deve detalhar mais sobre o Conselho Editorial da Companhia das Letras, que está coordenando o relançamento de Casa de Alvenaria, da década de 1960, obra assinada por Carolina Maria de Jesus.
A cultura do tabaco por Claudine Zingler
Será lançado hoje o projeto Etnografia Poética do Tabaco: A Memória É uma Corda Bamba, da jornalista e escritora Claudine Zingler. Com uma exposição virtual e uma série de entrevistas, o trabalho pode ser acessado pelo site claudinezingler.com.br. A produção, vencedora do Edital Criação e Formação Diversidade das Culturas, realizado com recursos da Lei Aldir Blanc, reuniu poemas temáticos tratando do universo da cultura do tabaco na região do Vale do Rio Pardo, além de quatro bate-papos com pesquisadores e agricultores.
Os sons e as línguas do RS
O projeto Sons do Sul – Uma Cartografia Linguística apresenta a partir desta segunda um mapeamento sonoro de sete línguas faladas no Rio Grande do Sul: língua pomerana, talian, japonês, polonês, guarani, kaingang e iorubá. A iniciativa será lançada em um evento online pelo site sonsdosul.com.br, às 19h, com a participação da professora de talian Maria Inês Chilanti e do agente cultural nigeriano e falante de iorubá Kayzee Fashola, ambos integrantes do Colegiado Setorial de Diversidade Linguística do RS.