Após emitir alertas a cinco regiões do Estado em razão de sinais de avanço da pandemia, o governador Eduardo Leite concedeu uma entrevista coletiva em que detalhou o cenário de cada área e demonstrou preocupação com os rumos da covid-19 nas proximidades do território gaúcho.
Poucas horas depois de declarar alto nível de risco nas áreas de Santo Ângelo, Cruz Alta, Cachoeira do Sul, Ijuí e Passo Fundo — onde as prefeituras terão de apresentar planos de ação para conter o vírus em até 48 horas —, Leite afirmou que tendências recentes de agravamento da pandemia em países e Estados muito próximos, como Uruguai, Argentina e Paraná, poderiam ter impacto negativo sobre o Rio Grande do Sul e aumentar ainda mais o risco de um novo ciclo de crescimento da doença.
— Isso causa, sim, preocupação, e está sendo monitorado nos nossos boletins (...) porque o Rio Grande do Sul não é uma ilha — declarou Leite.
Conforme dados de boletins de monitoramento citados pelo governador, no Uruguai o acumulado semanal de novos casos subiu de um patamar de 500 para cerca de 600 por 100 mil habitantes, enquanto na Argentina esse salto foi de uma faixa aproximada de 300 para algo ao redor de 400. Já em solo brasileiro, o Paraná também tem registrado rápido avanço do vírus. O temor é de que essa alta transmissão contribua para uma nova onda de crescimento generalizado da pandemia no Rio Grande do Sul.
Em razão disso, o governador fez um apelo para que a população mantenha os cuidados preventivos:
— Precisamos que todos estejam em alerta (...). Do ponto de vista da atenção e de cuidados redobrados, isso deve ser para toda a população gaúcha. Mesmo quem não recebeu alerta (pelo novo sistema dos 3As) deve manter os cuidados, evitar aglomeração, usar máscara.
Leite lembrou que o Rio Grande do Sul é o Estado com melhor desempenho de vacinação até o momento, mas que o nível de imunização ainda é insuficiente para evitar novas ondas do coronavírus.
Reuniões do gabinete de crise deverão ocorrer às quartas-feiras
Eduardo Leite também informou que, a partir da próxima semana, as reuniões do gabinete de crise destinadas a avaliar o andamento da covid-19 nas 21 regiões gaúchas e analisar a eventual emissão de avisos (menos graves) e alertas (mais severos) deverão ocorrer sempre às quartas-feiras.
Porém, como o comitê de dados ligado ao Piratini emite boletins diariamente com indicadores da pandemia, como novos casos, hospitalizações e óbitos, reuniões extraordinárias poderão ser convocadas a qualquer momento, segundo Leite. Caso for considerado necessário, essas reuniões de emergência também poderão resultar na declaração de aviso ou alerta em qualquer dia da semana.
Além dos cinco alertas, o Piratini emitiu cinco avisos — situações em que as prefeituras devem redobrar atenção aos indicadores, mas a adoção de ações é opcional. Veja as áreas afetadas no mapa abaixo.