Se o Rio Grande do Sul ainda estivesse adotando o modelo antigo de gestão da pandemia com as travas de segurança, esta sexta-feira (28) seria de aplicação da bandeira preta em todo o Estado. O indicador que era utilizado segue sendo calculado e bateu nesta sexta a marca de 0,31 – abaixo do já desativado nível crítico de 0,35.
O indicador que era usado como gatilho para a bandeira preta generalizada é a relação entre leitos livres de UTI e leitos ocupados de UTI por pacientes com covid-19. Quanto mais baixo o número, maior o risco de colapso.
Depois de dois meses de queda, o total de pacientes com covid-19 internados em UTIs aumentou levemente nas últimas duas semanas. Ainda que esse crescimento recente seja discreto, ocorre sobre um patamar elevado e, portanto, já pressiona o sistema hospitalar.
No gráfico abaixo, é possível ver que o total de pacientes com covid-19 em UTIs vinha caindo desde março, mas não chegou a baixar até os níveis anteriores ao colapso.
Nesta sexta, há 1.752 pessoas com confirmação da covid-19 em UTIs gaúchas. Esse número tem leve alta desde o dia 15, quando havia 1.564 pessoas nessa situação.
A ocupação geral de leitos de UTI (por pacientes com covid-19 e demais doenças) está em 85,1%. Esse é o maior percentual de ocupação geral desde o fim de abril.
Das sete macrorregiões monitoradas pelo governo do Estado, duas estão com ocupação geral de leitos de UTI acima de 100%: na Norte, está em 103,3%. Na Vales, 102,1%.
Internações clínicas por covid-19 têm alta de 40% em 20 dias
A subida da curva de internações covid-19 em UTIs, em geral, é consequência do aumento de outro indicador, dias antes: as internações em leitos clínicos. Em outras palavras, primeiro crescem as contaminações por covid-19, depois as internações de baixa e média complexidade em leitos clínicos e, por fim, as internações graves em UTIs.
O indicador de internações clínicas vem crescendo ao longo das últimas três semanas. No início da tarde desta sexta, havia 2.692 pessoas com a doença hospitalizadas em leitos clínicos no Estado. O crescimento é de 40,5% em um intervalo de 20 dias.
Sem bandeiras e travas, modelo atual tem 12 regiões em situação de alerta
No dia 16 de maio, o governo do Estado mudou a forma de gestão da pandemia no Estado e os protocolos que devem ser seguidos em cada atividade econômica e social. Sem bandeiras e travas, o novo modelo se chama sistema 3As e funciona por meio da emissão de avisos e alertas.
No novo sistema, o governo analisa diariamente os indicadores da pandemia nas 21 regiões do Estado e quando percebe uma tendência de leve piora, emite um aviso para as prefeituras envolvidas. Se os indicadores mostram piora expressiva, a região recebe o comunicado mais alto de risco: o alerta.
Veja abaixo as 12 regiões que receberam alertas e que precisam adotar planos de restrição para frear o contágio:
- Região de Cachoeira do Sul
- Região de Caxias do Sul
- Região de Cruz Alta
- Região de Erechim
- Região de Ijuí
- Região de Palmeira das Missões
- Região de Passo Fundo
- Região de Pelotas
- Região de Santa Maria
- Região de Santa Rosa
- Região de Santo Ângelo
- Região de Uruguaiana