Com uma procura muito grande na manhã desta quarta-feira (5) na Capital, a aplicação de segunda dose de CoronaVac é feita a partir do início da tarde em quem já estava na fila e recebeu senhas para o atendimento. A orientação da prefeitura de Porto Alegre, que havia disponibilizado a D2 em três postos de saúde e em drive-thru na PUCRS, é de que as pessoas não procurem mais os postos nesta quarta.
A procura foi muito intensa desde cedo. Na Unidade de Saúde Santa Marta, no centro de Porto Alegre, os primeiros chegaram por volta das 4h. Perto das 6h, a fila tinha quase cem pessoas e ocupava a Avenida Mauá e entrava na Rua Caldas Júnior. Foram distribuídas 1,8 mil senhas até o início da tarde, esgotando a capacidade de atendimento no local.
No posto IAPI, fila imensa também foi registrada desde cedo. Já no drive-thru da PUCRS, havia carros na fila desde a noite anterior. No meio da manhã, a fila se encontrava na Lomba do Pinheiro, já em Viamão.
Formou-se fila também em todos os quarteirões que contornam o posto de saúde Camaquã, bairro de mesmo nome na zona sul de Porto Alegre. O início se encontrava com o fim da fila. Estimativa era de mil pessoas em busca da segunda dose da CoronaVac.
A retomada da aplicação da segunda dose de CoronaVac ocorre exclusivamente para pessoas com mais de 60 anos, profissionais de saúde e de apoio que receberam a primeira dose no dia 8 de abril, ou em data anterior. No momento da imunização, é necessário apresentar carteira com registro da primeira dose e documento de identidade com CPF.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) recebeu pouco menos de 5 mil doses do Ministério da Saúde, mas conseguiu dobrar esta quantidade fazendo uma busca ativa por doses nos hospitais e unidades de saúde. Por ora, para pessoas que tomaram a primeira dose depois do dia 9 de abril, a recomendação é esperar a chegada de mais doses da vacina para que busquem pela D2.
Pacientes dormiram na fila em busca da segunda dose
A fim de garantir a segunda dose da CoronaVac, o público se dirigiu cedo para o estacionamento da PUCRS, na zona leste da Capital. O local era o único drive-thru com atendimento em todo o município nesta quarta-feira (5) - a aplicação era exclusiva a pessoas com a imunização em atraso.
O primeiro carro chegou ao prédio da universidade às 21h30min da noite anterior. Vanda Sanhudo Deleski, 65 anos, leu na internet que a aplicação seria retomada. Ao lado da filha, Andresa Sanhudo Deleski, 44, decidiu sair de casa antes do início da novela da Rede Globo - o Big Brother Brasil foi acompanhado pelo aplicativo Globoplay.
Mãe e filha deixaram duas vezes o carro, para ir ao Hospital São Lucas da PUCRS. Atravessaram a passarela para usar o banheiro da instituição, do outro lado da Avenida Ipiranga. Elas disseram ter sentido medo nos primeiros momentos, pois estavam sozinhas.
— A gente precisa se cuidar, e a vacina é o que a gente mais quer. Vale a pena vir tão cedo, é um alívio — conta Andresa.
As duas receberam companhia logo em seguida: Sueli Pierozan, 65 anos, chegou às 22h.
— Tem pouca dose. Tem que garantir — reforça a idosa.
