No primeiro dia de abril, a taxa de ocupação geral das unidades de terapia intensiva (UTIs) de Porto Alegre se mantém em 107,6%, percentual de superlotação semelhante ao registrado na quarta-feira (31). Desde 2 de março, esse indicador é sempre superior a 100%, sinal de como é duradora a situação de esgotamento dessas alas na Capital. Foi em 27 de fevereiro a primeira vez em que a lotação das UTIs superou a linha de 100%.
De acordo com o painel de monitoramento da pandemia mantido pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), 13 hospitais estão operando com sobrecarga. A superlotação é maior no Fêmina (166,7%), no Moinhos de Vento (148,5%) e no Conceição (144%). Na consulta feita por volta das 19h, apenas o Hospital da Restinga ainda não havia submetido dados atualizados ao sistema do órgão municipal.
A Capital registra, atualmente, 791 doentes graves com diagnóstico positivo para a covid-19 e outros 39 casos suspeitos da doença que estão recebendo cuidados intensivos. Olhando para os dados relativos à fila de espera, o número é de 170 pessoas, sendo que há 159 sendo tratadas em leitos de emergência adaptados e 11 em unidades de pronto-atendimento (UPAs) enquanto aguardam por uma vaga em UTI.
Para o infectologista do Hospital Moinhos de Vento Paulo Gewehr, a alta circulação do vírus entre a população do RS faz com que o momento precise ser de cuidados redobrados, e não de relaxamento com relação às medidas de higiene e de distanciamento social.
— O número de casos de infectados continua muito alto no Estado, e o de mortos também. O sistema de saúde está colapsado, temos pessoas esperando por leitos de UTI e a vacinação ainda está numa fase muito inicial, abrangeu uma pequena parcela da população, até o momento. Ela está acelerando, mas precisa acelerar muito mais para vermos os benefícios da vacinação na população — projeta Paulo.