Após concluir uma pesquisa feita para mapear obstáculos que poderiam dificultar a vacinação contra o coronavírus no país, o movimento Unidos pela Vacina passa agora a articular parcerias para doações, a fim de acelerar o processo. No Rio Grande do Sul, o levantamento apontou que os produtos de maior escassez são os fundamentais para o armazenamento e transporte das vacinas, como freezers, geladeiras, caixas térmicas e câmaras frias.
Idealizado pelo Grupo Mulheres do Brasil, presidido pela empresária Luiza Trajano, o movimento reúne empresários e entidades de todo o país, como Walter Schalka, do grupo Suzano, Paulo Kakinoff, da Gol, José Carlos Brega, da Whirlpool, e Eduardo Sirotsky Melzer, da EB Capital, entre outros. O foco principal da iniciativa é identificar obstáculos em cada um dos municípios do Brasil que possam atrasar a vacinação, como problemas de logística, transporte e armazenamento da vacina, contribuindo com o Programa Nacional de Imunização — liderado pelo governo federal —, com Estados e municípios.
Além disso, o movimento propõe organizar uma rede de apoiadores que contribua para mitigar esses obstáculos. Ou seja, construir as pontes entre a sociedade civil e o poder público, acelerando o processo de vacinação no país.
O Instituto Cultural Floresta é o responsável por liderar a atual fase do movimento no Rio Grande do Sul. O foco é atender o maior número de municípios possível. Por isso, foi aplicada uma curva ABC para priorização das demandas, e o Estado foi separado a partir das regiões covid (critério utilizado pela Secretaria Estadual da Saúde). A ideia é centralizar que as doações para o projeto sejam feitas ao instituto, que irá administrar o processo de compra dos itens prioritários no Estado.
A Federação das Associações de Municípios do RS (Famurs) também integra a força-tarefa e contribui para aumentar a precisão do levantamento que indica os obstáculos à vacinação no Estado, ajudando a detalhar a quantidade necessária de itens para atender cada cidade. Uma nova rodada de contatos com os municípios está em curso.
— Depois disso, se iniciará o processo de amadrinhamento das regiões pelos doadores. Nós acreditamos que a partir desse critério poderemos agir com mais velocidade, atendendo um percentual maior da população — diz Claudio Goldsztein, presidente do Conselho Consultivo Instituto Cultural Floresta.
Os doadores poderão optar também por contribuir com o movimento no Estado como um todo ou escolher ajudar algum município de sua preferência. Conforme Goldsztein, grandes empresas como a Yara Brasil e a CPMC já garantiram sua contribuição e outras têm manifestado interesse em ajudar:
— Estamos otimistas de, tão logo tenhamos mais clareza da necessidade quantitativa do Estado, rapidamente poderemos supri-la. Todos queremos fazer o que estiver ao nosso alcance para acelerar a vacinação, pois sabemos que essa é a solução para a crise que vivemos.
Outras entidades também participam da iniciativa no RS, como o Grupo RBS, a Associação Gaúcha de Emissoras de Rádio e Televisão (Agert), Federação das Indústrias do Estado (Fiergs), por meio do Sesi, a Fecomércio-RS, a Federação das Entidades Empresariais (Federasul), o CDL-POA, o Conselho Regional de Contabilidade do RS (CRCRS), o Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis (Sescon-RS) e o Sindilojas, além de empresas e pessoas, diretamente.
Como ajudar
Como o processo de compra é administrado no RS pelo Instituto Cultural Floresta, as doações devem ser feitas à entidade.
Empresas e entidades interessadas em apoiar a iniciativa no RS ou em determinada região ou cidade do Estado devem entrar em contato com o instituto pelo telefone (51) 99149-1108 ou pelo e-mail executivo@institutoculturalfloresta.org.br.
Conscientização sobre a vacina
Outra frente do Unidos pela Vacina no Estado tem como objetivo a conscientização do público sobre a importância da vacinação. Uma campanha de comunicação deve ir ao ar nas próximas semanas, em todos os veículos que fazem parte da Agert — redes de televisão e rádio do RS. A aprovação da campanha integrada foi unânime pela diretoria da entidade.
— Este é um momento histórico e que me emociona, quando todas as emissoras se dão as mãos por um objetivo comum. A vacina é a solução — disse o presidente da Agert, Roberto Cervo Melão, em reunião em que estiveram as lideranças das principais empresas de comunicação do Estado.