Há oito dias batendo recordes, o número de pacientes internados com coronavírus nas unidades de terapia intensiva (UTIs) de Porto Alegre chegou a 509 nesta segunda-feira (1º), por volta das 16h30min. Em uma semana, a quantidade de doentes graves com covid-19 saltou 43%.
Embora a curva de internações esteja em crescimento, a taxa de ocupação geral das UTIs melhorou impulsionada pelo aumento na quantidade de leitos operacionais na cidade, que na tarde de domingo (28) era de 877, e nesta segunda é de 882. Com isso, o percentual de ocupação das unidades caiu de 100,12%, no domingo, para 99,31%, segundo dados do painel de monitoramento mantido pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS).
Há 14 leitos de UTI bloqueados no momento, o que resulta em 868 camas para 862 pacientes. Mas a situação de quem aguarda em leitos clínicos um espaço nas UTIs da Capital continua a se complicar, já que há 156 pessoas na fila de espera, 14 a mais do que no domingo.
— Quando um paciente precisa de UTI, uma das coisas mais devastadoras para ele é não haver leito disponível de imediato. Para os profissionais da saúde, é a situação mais angustiante, pois sabemos que a pessoa que está na fila está perdendo a chance de sobreviver. Nossa missão é oferecer recursos para quem precisa ter chance de se recuperar, mas, às vezes, o paciente fica aguardando tanto tempo que, quando chega à UTI, já não tem chance alguma. Esse talvez seja o maior problema do colapso do sistema — afirma Ederlon Rezende, coordenador da pesquisa UTIs Brasileiras da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib), que apontou uma taxa de mortalidade de 66,3% entre pacientes com covid-19 que precisaram de respirador no país.
Há nove hospitais da Capital operando em sua capacidade máxima de atendimento ou acima dela: Moinhos de Vento, Santa Casa, São Lucas, Ernesto Dornelles, Divina Providência, Vila Nova, Independência, Fêmina e Restinga.