Pelo 26º dia consecutivo, combalido pela pandemia do coronavírus, o Rio Grande do Sul registra, neste sábado (27), ocupação geral de leitos de UTI acima de 100%. Segundo dados do painel mantido pela Secretaria Estadual da Saúde, no início da tarde a taxa era de 106%, com 3.488 pacientes para 3.290 vagas.
Quando a ocupação passa de 100%, significa que há mais pessoas em atendimento do que o total de leitos oficialmente abertos. Na prática, isso quer dizer que há algum grau de improvisação no atendimento. O nível crítico de ocupação das UTIs é de 90%; acima desse patamar é acionado o último nível de contingência hospitalar, com remanejamento de leitos e interrupção de atividades.
Considerando os dados estratificados por região, o Rio Grande do Sul contabiliza seis regiões com hospitais atendendo acima da capacidade no SUS. São elas: Cachoeira do Sul, com 127,8%, Palmeira das Missões, com 125,8%, Santa Cruz do Sul, com 107,3%, Porto Alegre, com 104%, Cruz Alta, com 103,6% e Canoas, com 101,3%.
Levando em conta também a rede particular, chegam a 11 as regiões com problemas. Cachoeira do Sul e entorno, por exemplo, contam com apenas dois leitos privados em UTIs e têm 10 pacientes internados nessas condições, o que dá um índice de 500% acima da capacidade. Em Santa Cruz, são cinco leitos do tipo para 17 enfermos, uma taxa de 340%.
Já o número total de pessoas internadas com covid-19 em UTIs segue no patamar mais elevado, com lista de espera e sem apresentar sinais de melhora. No início da tarde deste sábado, como já se observava na sexta-feira (26), há 2,6 mil pacientes com covid-19 nessa situação. Esse número tem oscilado entre 2,4 mil e 2,6 mil desde 12 de março.