O Rio Grande do Sul se aproxima do fim de mais uma semana com o sistema de UTIs em colapso por conta do agravamento da pandemia do coronavírus desde fevereiro. Nesta sexta-feira (26), o Estado completa 25 dias consecutivos com a ocupação geral de leitos acima de 100% – no início da tarde, o marcador registrava 105%.
Quando a ocupação passa de 100%, significa que há mais pessoas em atendimento do que o total de leitos oficialmente abertos. Na prática, isso quer dizer que há algum grau de improvisação no atendimento. O nível crítico de ocupação das UTIs é 90%; acima deste patamar é acionado o último nível de contingência hospitalar, com remanejamento de leitos e interrupção de atividades.
O total de pacientes internados com covid-19 em UTIs segue no patamar mais elevado, com lista de espera e sem apresentar sinais de melhora. No início da tarde desta sexta, havia 2,6 mil pacientes com covid-19 nessa situação. Esse número tem oscilado entre 2,4 mil e 2,6 mil desde 12 de março.
Internações em leitos clínicos em queda
Já os indicadores de novas contaminações e de internações em leitos clínicos têm apresentado melhora, após a adoção das restrições da bandeira preta. Desde o fim de fevereiro, caíram as ocorrências de novas contaminações. E, desde a semana passada, o Estado também registra leve queda no número de pacientes com a doença em leitos clínicos.
No início da tarde desta sexta, eram 4,6 mil pacientes com confirmação da doença nesses leitos. O recorde desse indicador foi atingido no dia 12 de março, com 5,4 mil pacientes nessa situação.
Epidemiologistas ouvidos por GZH ao longo da pandemia explicam que os últimos índices a refletir qualquer mudança do cenário são os que envolvem internações em UTIs e óbitos.