A fila de espera por um leito de cuidados intensivos em Porto Alegre registrou crescimento desde a tarde de domingo (21), quando era composta por 241 pessoas. Nesta segunda-feira (22), o total era de 277 doentes graves aguardando em emergências e em unidades de pronto-atendimento (UPAs).
Entre os pacientes que estavam ocupando vagas em unidades de terapia intensiva (UTIs), 78% estão internados devido ao coronavírus: o total de doentes em estado grave era de 1.149, sendo que 899 tinham diagnóstico confirmado ou apresentam sintomas da covid-19.
Não há leitos livres nas UTIs da Capital e a taxa de ocupação geral está em 113,5%, conforme informava o painel de monitoramento mantido pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS) por volta das 15h30min. No momento da consulta, o Hospital Ernesto Dornelles ainda não havia atualizado seus dados.
O cenário de sobrecarga nas instituições de saúde da Capital é pior no Moinhos de Vento, que opera com 160% de ocupação. Em seguida vêm o Ernesto Dornelles (147%) e o São Lucas da PUCRS (134%).
Quando um hospital está trabalhando acima do limite de 100% de ocupação, os atendimentos ocorrem em espaços improvisados, que podem resultar em maior letalidade para quem é internado. Cientistas de dados e epidemiologistas têm reforçado que o cenário de falta de vagas nas instituições de saúde do Rio Grande do Sul está gerando uma falsa percepção de estabilidade da pandemia.