O número de pessoas internadas com coronavírus em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) de Porto Alegre voltou a crescer após ter registrado leve queda na terça-feira (9). São 764 pacientes em estado grave por causa da covid-19, que estão recebendo tratamento intensivo nesta quarta-feira (10) — o maior número registrado desde o início da pandemia.
A média móvel de internações por coronavírus atualmente é de 709,7, índice que leva em consideração as hospitalizações no período de 4 a 10 de março. O número representa um crescimento de 47% na comparação com a semana anterior.
A taxa de ocupação geral das UTIs também bateu recorde, alcançando a marca de 111,6% de superlotação, conforme os dados exibidos no painel de monitoramento mantido pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS), consultado por volta das 16h. A atual oferta de leitos operacionais da cidade é de 986, mas há 1.096 enfermos recebendo cuidados em UTIs e em leitos de retaguarda. Em estado grave, mas sendo tratados em emergências enquanto aguardam leitos especializados, há 198 doentes com coronavírus e 33 pessoas acometidas por outras doenças.
Os dados de ocupação do Hospital Moinhos de Vento saltaram de 140,9%, na terça-feira, para 160,6% nesta quarta. Consultada pela reportagem, a instituição de saúde informou que, para além dos 66 leitos operacionais de UTI exibidos no painel da SES, conta com 40 leitos de retaguarda que foram abertos em 2021, todos ocupados e dedicados à prestação de cuidados intensivos.
Em nota, o superintendente executivo Mohamed Parrini afirmou: "Iniciamos a pandemia com 56 leitos de terapia intensiva, encerramos 2020 com 66 e, agora, estamos com 106. Para conseguirmos nos adaptar rapidamente, é preciso de método e disciplina".
Apenas cinco instituições das 18 monitoradas diariamente pelo órgão municipal operam abaixo da linha de 100% de ocupação. Além do Moinhos de Vento, a situação também é de maior superlotação nos hospitais São Lucas da PUCRS (133,9%) e Ernesto Dornelles (125%).