Um dos principais hospitais públicos de Porto Alegre, o Hospital Nossa Senhora da Conceição teve de fechar o portão da emergência no início da tarde desta quarta-feira (10) e só recebe pacientes que chegam de ambulância, em estado grave. O superintendente do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), Cláudio Oliveira, diz que a medida foi a saída encontrada para poder atender os que já estão na emergência:
— Temos 40 pacientes entubados e 23 em máscara de Hudson e não temos como receber mais. A situação é crítica.
Quem chega no portão da instituição é orientado a procurar uma Unidade Básica de Saúde ou uma Unidade de Pronto Atendimento. Nas últimas 24 horas, o Conceição atendeu 91 pacientes. No momento, há 215 internados com covid, entre UTI e leitos clínicos.
— As unidades básicas viraram UPAs, as UPAs viraram emergências e as emergências se transformaram em UTIs. Já prevíamos na semana passada que esta seria pior, porque estão chegando os contaminados no Carnaval — diz o superintendente.
O GHC deve contratar no próximo dia 17, em caráter temporário, mais 120 profissionais de diferentes áreas para abrir um número ainda não definido de leitos. Esse número será definido na sexta-feira, depois de uma avaliação dos recursos materiais disponíveis (respiradores, monitores cardíacos e bombas de infusão).
Cláudio Oliveira diz que a restrição é temporária e espera reabrir a emergência nas próximas 24 horas, mas tudo vai depender da evolução dos pacientes que estão internados. Os médicos explicam que boa parte dos que estão em máscara de Hudson evoluem para a entubação.
Na maternidade, o Conceição está recebendo apenas pacientes com gravidez de risco. As demais são encaminhadas para o Hospital Fêmina ou orientadas a procurar outro hospital.
Alarmado com as imagens do protesto realizada nesta tarde em frente ao Palácio Piratini nesta quarta-feira, Cláudio teme uma nova onda de contaminações, já que parte dos manifestantes não usava máscara e estavam todos muito próximos.