Pela primeira vez em 16 dias, o número de pessoas internadas com coronavírus em UTIs na Capital tem leve queda, na comparação com o dia anterior. Na tarde desta terça-feira (9), em consulta feita ao painel de monitoramento mantido pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS) por volta das 16h, havia 726 doentes graves com coronavírus, 17 a menos do que na segunda-feira (8). No intervalo de uma semana, o número de internações destes pacientes cresceu 30,8%.
A taxa de ocupação geral das Unidades de Terapia Intensiva continua em patamar de superlotação em Porto Alegre, e é de 109,7%. O Instituto de Cardiologia ainda não havia atualizado os dados fornecidos à SMS no momento da consulta. O cenário da ocupação das UTIs é de 972 leitos operacionais para 1063 pacientes, o que indica que as equipes hospitalares continuam amparar pacientes em estado grave em leitos clínicos adaptados. Não há camas livres e a fila de doentes com diagnóstico confirmado para a covid-19 à espera de tratamento intensivo soma 183 pessoas. Nas emergências, há também 48 pacientes, acometidos por outras doenças, que aguardam a abertura de vagas para tratamento intensivo.
Doze dos 18 hospitais monitorados pelo órgão municipal estão operando com 100% da sua capacidade ou mais, sendo os casos mais críticos de superlotação registrados nos hospitais Moinhos de Vento (140,9%), São Lucas da PUCRS (133,9%) e Ernesto Dornelles (120%).
O diretor geral do Hospital São Lucas da PUCRS, Leandro Firme, afirmou que a instituição organizou ampliações de 50% na oferta de leitos clínicos e de UTI pra covid, mas que o esforço é insuficiente para acomodar a demanda por atendimento.
— Estamos há mais de três semanas acima de 100% de ocupação nas UTIs. Faz sete dias que estamos em 133% e isso não reduz. Assim como nos outros hospitais, a pressão que sofremos é enorme. Nossa emergência é praticamente uma UTI, onde há mais de 40 pacientes alocados, sendo que cerca de 25 destes já deveriam estar em um leito específico de UTI. Estão acomodados na emergência, recebendo a assistência e cuidados médicos possíveis — afirma Leandro.