As filas na Caixa Econômica Federal para obtenção do auxílio emergencial de R$ 600 concedido pelo governo federal não foram só nas agências. Na internet, o aplicativo Caixa Tem, usado para receber o benefício, criou filas digitais e longa espera para parte da população que tentou acessar o dinheiro sem sair de casa.
Criado em 2019 e aprimorado às pressas diante da pandemia, o serviço tem quase 82 milhões de downloads e teve forte sobrecarga com a corrida de desempregados e informais pelo auxílio.
Mais de 50 milhões de brasileiros devem receber a verba. No primeiro mês, o app não deu conta de atender os milhares de acessos simultâneos, e muitos cidadãos tiveram que recorrer às agências.
Na loja de aplicativos do Google, surgiram relatos sobre demora superior a uma semana para fazer operações no Caixa Tem, solicitações travando e problemas de conexão e de validação dos dados.
"O app trava muito e quase sempre não consegue completar as operações de transferência ou pagamento", disse um usuário em 5 de maio. "Não consegui ter acesso por 10 dias seguidos", disse outra.
Na espera virtual do Caixa Tem, o usuário precisava manter a tela ativa, sem poder acessar outras funções do celular, como o WhatsApp.
Após inúmeras reclamações, o banco diz que consertou o aplicativo. Em menos de 30 dias,o aplicativo teve 15 atualizações. A última, diz o banco, permitirá 5 mil usuários por minuto.
O teor dos comentários mais recentes nas lojas de aplicativos já mudou. Na sexta-feira (8), trabalhadores disseram conseguir efetuar as transações após semanas de tentativas. "Depois de mais de um mês, eu consegui fazer o saque", afirmou uma usuária.
O Caixa Tem foi concebido para oferecer uma poupança social digital, alternativa a quem não possui conta bancária. Permite transações bancárias e pagar boletos e contas.
A necessidade de escalar uma solução emergencial para o pagamento do auxílio gerou uma série de problemas. O banco reconhece que houve falhas.