O governo do Estado decidiu suspender temporariamente o contrato com um laboratório agropecuário de Pelotas, no sul do Estado, que faria testes de coronavírus na população. A decisão, segundo o procurador-geral do Estado, Eduardo Cunha da Costa, serve para análise do caso e prestação de informações a órgãos de controle e à Justiça.
O Judiciário havia concedido prazo de 48 horas para que o Piratini fornecesse informações sobre a contratação. A decisão foi tomada na quinta-feira (16), após pedido de suspensão cautelar do contrato feito pelo Ministério Público (MP).
— A nossa intenção é buscar agilizar exames e diagnósticos. Se esse contrato gera algum tipo de dúvida ou receio, estamos suspendendo o contrato e vamos trabalhar com os exames que são feitos dentro da capacidade do nosso Laboratório Central do Estado (Lacen), que consegue fazer em torno de 300 exames diários, e desses convênios que estamos firmando com universidades — disse o governador Eduardo Leite durante transmissão ao vivo pela internet na tarde desta sexta-feira (17).
A escolha do estabelecimento foi realizada de forma emergencial, sem licitação, e publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) no dia 7 deste mês. O Estado sempre defendeu a contratação do laboratório agropecuário exaltando as questões técnicas do estabelecimento, que passou por vistoria de técnicos da Vigilância Sanitária. O processo, no entanto, foi criticado por entidades do setor.
O laboratório fez 24 exames considerados testes, todos com resultados confirmados pelo Lacen. Além disso, segundo Leite, outros 20 exames foram realizados após a contratação.
Procurado pela reportagem de GaúchaZH, o responsável pelo laboratório afirmou que irá reunir toda a documentação necessária para comprovar a idoneidade e a capacidade para a realização dos testes e entregar ao Ministério Público.