- O Brasil tem 941 óbitos e 17.857 novos casos confirmados de coronavírus
- Em 24 horas, foram registrados 141 mortes
- O Rio Grande do Sul registrou sua 14ª morte nesta quinta-feira. O Estado tem 618 pacientes com covid-19
O Ministério da Saúde atualizou os números da pandemia de coronavírus no Brasil na tarde desta quinta-feira (9). Até as 14h, eram 17.857 casos e 941 mortes confirmadas. Foram 141 óbitos e 1.930 novos infectados registrados nas últimas 24 horas.
É a maior quantidade de mortes confirmadas no intervalo de um dia registrado até o momento no país. A taxa de letalidade segue subindo e já está em 5,3%.
O Rio Grande do Sul registrou nesta quinta-feira a 14ª morte por coronavírus. O paciente tinha 66 anos, histórico de diabetes e hipertensão, e morava em São Leopoldo, no Vale do Sinos.
A apresentação dos números do Ministério da Saúde foi feita mais uma vez pelo secretário de vigilância em saúde, Wanderson de Oliveira, e o secretário-executivo, João Gabbardo dos Reis. O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, não estava presente.
Instabilidades no governo
Perguntados sobre a conversa entre o ministro da Cidadania Onyx Lorenzoni e seu antecessor Osmar Terra, na qual os gaúchos sugeriram que o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta deveria deixar o cargo, Gabbardo desconversou.
— Não tem nenhum problema, nenhum constrangimento. Este assunto não passa pelo meu nível de preocupação. Estamos focados no combate ao coronavírus, o resto o ministro administra — disse o secretário.
Pampa gaúcho em atenção
A dupla trouxe uma estatística inédita. Foi feito um ranking de incidência de infectados por coronavírus a cada 100 mil habitantes por região de saúde. Região definida como "dos pampas", com foco no município de Bagé, aparece em 10º lugar, com 14,9 infectados a cada 100 mil pessoas. A líder da lista é a grande Fortaleza, no Ceará, com 43,9. Wanderson aponta para a importância deste dado.
— Dá um direcionamento, uma visão melhor de onde nós devemos focar os esforços — explica, complementando: — Ajuda o gestor estadual a entender melhor a dinâmica dos seus casos. Lembrando que isso é dependente da quantidade de testes.
Na estatística que calcula o índice de mortalidade em relação à população, entretanto, não há registros de cidades ou regiões gaúchas entre as 10 maiores.
Porto Alegre também está com a incidencia elevada de coronavirus a cada 100 mil habitantes. Para regiões que concentram grande numero de casos se comparado com sua população, o Ministério orienta que não sejam flexibilizadas as medidas de isolamento social porque pode haver um colpaso no sistema de saúde local. Ao todo, o Rio Grande do Sul tem 618 casos confirmados e 14 mortes provocadas pela covid-19.
A média de idade das vítimas fatais ainda se mantém alta. Pessoas com 60 ou mais anos representam 78% das mortes. Além disso, também são maioria (74%) os pacientes que sofriam de alguma doença crônica.
Já podemos sair de casa?
Perguntado sobre o afrouxamento das medidas de redução do deslocamento social em algumas localidades, o secretário Gabbardo relembrou a fala do ministro Mandetta, porém se mostrou flexível:
— Nós devemos dar a máxima atenção à questão da mobilidade social nesses locais. Isso não significa que os Estados tenham que manter todos os municípios com este mesmo comportamento, uma vez que o número de casos nesses municípios é baixo ou zero. Então não temos nenhuma crítica em abrir esses municípios.
Ele ressalta que em cidades onde o sistema de saúde está preparado com EPI's e leitos suficientes para quando o número de infectados subir, as autoridades tem o poder de avaliar individualmente a retomada de circulação da população. Porém, grandes centros urbanos como as capitais, ainda não devem considerar o fim do isolamento social.
Há um levantamento do Ministério da Saúde de que cerca de 86% dos municípios do Brasil não têm nenhum indício de caso de coronavírus. O mesmo boletim, encontrado no site do órgão, traz sugestões e indicativos atualizados para auxiliar os gestores municipais a decidirem como agir em relação a sua cidade.
— Qualquer decisão adotada tenha como premissa primordial a existência de leitos, respiradores e equipamentos de proteção individual. Tem que levar isso em consideração para tomar qualquer decisão — alertou Wanderson.
Protocolo de testes
Gabbardo explicou o sistema de testagem adotado pelo Ministério e defendeu a atuação da pasta durante a pandemia no país. Ele informou que o Brasil já fez mais de 480 mil testes e comparou com a Coréia do Sul, que segundo ele é o "exemplo, que teve a melhor política de testagem", e teria feito 450 mil testes. O secretário projeta que o Brasil vá testar proporcionalmente mais do que o país asiático.
— Antes de criticar a gente sempre, é legal comparar com os demais e ver se eles fizeram mais do que nós. A questão do teste é extremamente complexa. Acho que o que o Ministério da Saúde tem feito em comparação a demais países é motivo de satisfação para todos nós — argumentou.
Equipamentos de proteção individual comprados da China que chegariam nesta sexta-feira (10), atrasarão, segundo Gabbardo. Preocupações burocráticas e de logísticas, como onde seriam a escala do voo, atrasam a encomenda. O Ministério da Saúde está trabalhando com a embaixada brasileira no país oriental para fazer a carga chegar ao Brasil na próxima semana.
*Colaborou Débora Cademartori