Fundamental na regulação de cálcio no organismo, a vitamina D está bastante relacionada com a saúde dos ossos. Para garantir que seus níveis sejam satisfatórios, no entanto, é preciso exposição solar. Mas em tempos de isolamento social e restrição de circulação em razão do coronavírus, qual a saída para manter uma boa quantidade dessa vitamina no corpo? Com a ajuda de especialistas, tiramos algumas dúvidas. Leia:
Importância
O dermatologista Helio Miot, coordenador científico da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), lembra que a vitamina D atua como um hormônio no corpo, regulando o funcionamento de vários minerais e se destacando por diversas outras funções.
— É importante na força muscular, na composição dos ossos, para diabéticos, idosos, mulheres na menopausa, pacientes no pós-operatório. Virtualmente, todos os órgãos dependem de uma quantidade mínima de vitamina D para funcionarem adequadamente e trazer saúde ao organismo — afirma o médico, que já conduziu estudos sobre a síntese da vitamina.
A vitamina também é indispensável para o sistema imunológico, prevenindo infecções e auxiliando no tratamento de doenças autoimunes, destaca a nutricionista Gabriela Port, da Empresa de Cursos Funcione. Quando está em níveis insuficientes, pode gerar desequilíbrio da microbiota intestinal e interferir no controle de reações imunológicas do corpo, complementa o médico nutrólogo e do esporte Carlos Alberto Werutsky, diretor da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran).
— Na gestação, a deficiência pode aumentar o risco de hipertensão e diabetes gestacional — acrescenta Gabriela.
Sol
Essa vitamina tem relação direta com o sol, pois sua síntese acontece justamente a partir da exposição a ele. De acordo com o dermatologista Damiê De Villa, é do sol que obtemos cerca de 80% dessa vitamina.
— A exposição nas atividades diárias do cotidiano, na maior parte das pessoas, já é suficiente. Nesse período de confinamento, não existe uma fórmula mágica. Sabemos dos efeitos nocivos para a pele da exposição ao sol do meio-dia e sem filtro solar, período em que temos maior ação da ultravioleta B, que é a radiação responsável pela transformação de vitamina D pela pele — destaca.
Isso significa que a exposição exclusiva para esse fim não é recomendada, muito menos sem filtro solar.
— A SBD não indica a exposição intencional como fonte de síntese de vitamina D. A ideia de colocar uma cadeira de praia na varanda para pegar sol não é a forma recomendada — alerta Miot, acrescentando que exposições prolongadas ao sol, antes mesmo de causar vermelhidão, consomem mais vitamina D do que produzem.
Para sanar o problema do déficit dessa substância, o mais indicado seria apostar na alimentação adequada e na exposição habitual, ou seja, aquela feita enquanto se estende roupa ou leva o cachorro para o pátio, por exemplo. Sempre com filtro solar.
— É importante conversar com seu médico para avaliar a melhor forma de reposição: se através da exposição solar ou suplementação oral — sugere De Villa.
Alimentos
De acordo com Werutsky, há poucos alimentos com vitamina D, mesmo assim, ainda é possível colocá-la no prato.
— Óleo de fígado de peixes, sardinha, salmão (selvagem), atum, gema de ovo e fígado são alguns desses alimentos — elenca o especialista.
Gabriela complementa:
— A vitamina D é lipossolúvel, ou seja, para ser absorvida no intestino, precisa da presença de gorduras quando consumida através dos alimentos.
Leites e seus derivados, como a manteiga também podem auxiliar a repor a vitamina D.
Suplementação
Mesmo sem isolamento, a pouca exposição solar durante os meses de inverno também contribui para uma redução da vitamina D. Para mantê-la sob controle, Gabriela recomenda monitoramento semestral dos níveis da substância:
— Em caso de deficiência, é preciso suplementar.