O governo do Espírito Santo decretou nesta terça-feira (6), por tempo indeterminado, a proibição do acesso dos turistas a oito ilhas localizadas em Guarapari, na região metropolitana de Vitória, capital do Estado. A decisão, que foi adotada para tentar conter os casos de gripe aviária registrados, foi publicada em uma edição extraordinária do Diário Oficial do Espírito Santo nesta quinta-feira (8).
A proibição se aplica a cinco ilhas que fazem parte do Arquipélago das Três Ilhas — Cambaião, Guanchumbas, Guararema, Leste-Oeste e Quitongo — e a outras três da Área de Proteção Ambiental (APA) — Alacaeira, Francisco Vaz e Toaninha.
A portaria publicada, ressalta, contudo, que para fins de pesquisas científicas, fiscalização e monitoramento dessas regiões será permitido o ingresso de pessoas externas, desde que com autorização prévia. O documento foi assinado pelo secretário de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Felipe Rigoni (União).
Nesta semana, uma estratégia semelhante foi adotada pela prefeitura de Vila Velha, em Vitória, que proibiu o acesso a cinco ilhas por pelo menos seis meses após confirmação de dois casos de gripe aviária no município. Os locais com restrição são a Ilha das Graças, Ilha Itatiaia, Ilha da Pedra do Sapo, Ilha dos Pacotes e Ilha Pituã.
A prefeitura de Vila Velha também orientou os habitantes a não tocar ou recolher aves com sinais suspeitos da doença ou que estejam doentes ou mortos.
Com esse novo decreto publicado nesta quinta-feira, já são 13 ilhas que ficam restritas à visitação.
A gripe aviária
O vírus influenza aviária H5N1 não infecta humanos com facilidade. Apesar disso, os médicos recomendam que as pessoas fiquem atentas e se cuidem para evitar um possível contágio.
Vale ressaltar que a contaminação nas pessoas não se dá pelo consumo da carne ou derivados. Em caso de infecção humana, os sintomas são parecidos com os de uma gripe normal, como febre, dores musculares e tosse. O diagnóstico é realizado mediante exame.
A doença afeta principalmente as aves, podendo levá-las a óbito. Até o momento, no Brasil já foram confirmados 24 casos da doença que abrangem Estados como Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo.
Em 29 de maio deste ano, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou o primeiro caso recente de gripe aviária no Rio Grande do Sul, na Estação Ecológica do Taim, localizada no sul do Estado. Por conta disso, a estação foi fechada para visitantes.
Médicos orientam que, além de não tocar em animais possivelmente infectados ou que tenham morrido em decorrência da doença, as pessoas acionem as autoridades sanitárias em casos de suspeita para que sejam efetuadas medidas de isolamento e investigações nos locais.
Até o momento, não existe vacina para a doença em humanos. Apesar disso, pesquisas já estão sendo realizadas. No Brasil, o Instituto Butantan, em São Paulo, já está trabalhando em estudos de desenvolvimento de imunizantes. Já com relação às aves, já existe vacina, mas alguns agropecuaristas têm receio por temer que isso vire uma barreira comercial para a venda dos animais.