O novo chefe do Executivo de Hong Kong apresentou nesta quarta-feira (19) um plano para voltar a atrair profissionais de todo o mundo para a cidade, que sofreu um êxodo de talento nos últimos anos por uma série de crises.
Hong Kong registrou em 2019 uma grande onda de manifestações pró-democracia, respondidas com uma violenta repressão, e permaneceu consideravelmente isolada do mundo desde 2020 por suas rígidas medidas anticovid, como a quarentena obrigatória para viajantes, que foi suspensa em setembro.
— Durante os últimos dois anos, a mão de obra local registrou contração de quase 140 mil pessoas — afirmou o chefe do Executivo de Hong Kong, John Lee.
— Além de nutrir e reter ativamente o talento local, o governo vai rastrear proativamente o mundo em busca de talentos — acrescentou.
O dirigente anunciou uma série de medidas para recuperar a imagem da cidade, que provavelmente terminará o ano em recessão e com um déficit fiscal em forte alta. As medidas incluem 3,8 bilhões de dólares em investimentos para atrair negócios internacionais e facilidades para a contratação de estrangeiros em 13 profissões consideradas cruciais para o desenvolvimento econômico.
A cidade também oferecerá tratamento preferencial para aqueles que ganham 2,5 milhões de dólares de Hong Kong (US$ 320 mil ou R$ 1,6 milhão) ou mais por ano e aos formados nas 100 melhores universidades do mundo com experiência de trabalho significativa.
Além disso, a cidade permitirá aos trabalhadores estrangeiros o reembolso dos impostos adicionais pagos na compra de um imóvel depois que a pessoa morou por mais de sete anos, na cidade, afirmou Lee.
Hong Kong se distancia gradualmente da estratégia de "covid zero" adotada pela China desde o início da pandemia, mas com um ritmo muito mais lento que Singapura, sua principal rival como centro de negócios na Ásia.
* AFP