A corrida já começou. Gaúchos interessados em planejar as férias de inverno têm visitado agências e pesquisado preços de pacotes para os destinos tradicionais do período.
— Nunca tinha visto as agências lotarem tão cedo com a procura por pacotes de inverno — diz João Augusto Machado, presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens do Rio Grande do Sul (Abav-RS).
O Carnaval tardio neste ano pode ter empurrado os planos de viagem de Páscoa para as férias de julho, sugere Rita Vasconcelos, diretora da RC Tour, de Porto Alegre. Neste ano, cabem alertas ao planejamento financeiro, aponta Danilo Kehl Martins, presidente do Sindicato das Empresas de Turismo do Estado (Sindetur): a oscilação do dólar interfere na cotação dos pacotes, e existe o risco de alta nos gastos com passagens aéreas, por causa da menor oferta de voos partindo de Porto Alegre e da cobrança adicional por bagagens.
— O turista pode aproveitar estes meses que ainda faltam para as férias de julho para pesquisar, comparar preços e reservar pacotes que caibam em seu bolso — recomenda Martins.
Veja três sugestões de destinos para quem curte o frio (se você prefere fugir para o calor, clique aqui).
Tour pela produção de vinho do Estado
O Rio Grande do Sul tem um rico polo de produção de vinho, e não só no Vale dos Vinhedos. O Estado vem aperfeiçoando as estruturas receptivas na região da Campanha, em particular em Santana do Livramento, Itaqui, Dom Pedrito, Bagé, Pinheiro Machado e Candiota. Há almoços temáticos, rodadas de degustação e visitas à região produtora e às vinícolas. Na Serra, Bento Gonçalves, Garibaldi, Flores da Cunha e Monte Belo do Sul são com ótimas opções de passeio e gastronomia.
Como chegar: agências oferecem pacotes de final de semana para passeio no Vale dos Vinhedos. Uma alternativa é escolher as vinícolas favoritas e tomar a estrada: da Capital até a região da Campanha, são aproximadamente 400 quilômetros. Até o Vale dos Vinhedos, 135.
Quanto custa? Pacote de três dias para o Vale dos Vinhedos, com ônibus, hospedagem, degustações e algumas refeições, saem em torno de R$ 1,5 mil por pessoa.
Montevidéu e arredores
Destino que esbanja charme no inverno, o Uruguai agrada por sua arquitetura, a gastronomia à base dos melhores cortes de carne e aquele clima bucólico. A sensação de segurança, as padarias, a região histórica e os belos teatros suprem o viajante. Algumas das cidades mais atraentes do país estão próximas da capital. Ou seja, pode-se ficar hospedado em Montevidéu e passar um dia em Punta del Este e outro em Colónia do Sacramento.
Como chegar: a viagem pode ser via pacotes oferecidos por agências, tanto aéreos quanto rodoviários, ou por conta própria, agendando os serviços pela internet e voando direto de Porto Alegre a Montevidéu, ou tomando a estrada.
Quanto custa? Pacotes fechados por sete dias, com hotel três ou quatro estrelas e aéreo, custam por volta de R$ 3 mil por pessoa. Fique atento: as refeições não são baratas no Uruguai.
Estações de esqui
O gaúcho tem sorte de estar relativamente próximo, em comparação a moradores do resto do Brasil, de dois dos destinos mais legais para esquiar e curtir a neve na América do Sul: Bariloche, na Argentina, e o Valle Nevado, no Chile, oferecem a diversão ideal para quem quer aproveitar a estação gelada junto à Cordilheira dos Andes.
A chegada ao Valle Nevado, com sua linda paisagem, costuma arrancar suspiros e provocar aquela previsível reação de sacar o celular (e as luvas) para tirar fotos. Os esportes radicais são a principal atração, mas também há opções para quem quer ver a brincadeira a distância: hotéis e restaurantes com calefação oferecem culinária de primeira linha, seja para hóspedes, seja para quem vai passar o dia. Quem não quiser passar a semana toda sobre as montanhas pode se hospedar em Santiago e fazer um bate-volta de carro até a estação de esqui, com duração aproximada de uma hora e meia por trecho.
Em Bariloche, a infraestrutura é maior, mais afeita a agradar turistas de semana inteira. Além do esqui e de outros esportes radicais da neve, a cidade tem muitas lojas, cafeterias, passeios e travessias de barco pelos lagos andinos. Vinhos e pratos típicos são essenciais para a experiência completa.
Como chegar: para o Valle Nevado, toma-se voo para Santiago do Chile, e então se pega a estrada por mais uma hora e meia. Para chegar a Bariloche, geralmente voa-se primeiro até Buenos Aires.
Quanto custa? Os preços são semelhantes para ambas opções: um pacote de sete dias sai em torno de R$ 7 mil por pessoa, com passagens aéreas, transfers, hotéis e passes para as estações de esqui. Uma dica é que o turista acompanhe nas agências a abertura de fretamentos, que podem reduzir este valor.