Separada do Rio Grande do Sul apenas pelas águas do Rio Uruguai, a cidade catarinense de Itá é interessante por ar, terra ou água – opções não faltam. Nossa primeira dica: reserve tempo para a viagem. Tem muito lugar bonito no caminho e, às vezes, vale a pena parar um pouco para apreciar as paisagens. Saindo de Porto Alegre, são 440 quilômetros, em cerca de seis horas e meia de viagem.
De Erechim em diante, há duas opções de caminho. Um deles é o que segue pela BR-153, por Marcelino Ramos. Outro é seguindo pela RS-420, por Aratiba, trajeto que vai costeando o Rio Uruguai – o escolhido pela reportagem. São 15 quilômetros de estrada de chão, dificuldade compensada pela vista da barragem de Itá. Em tupi-guarani, Itá significa pedra.
E a cidade tem sido tão resistente quanto uma: um bom exemplo disso é que fez de uma enchente um atrativo turístico. Essa história conhecemos em um passeio de barco, ao preço de R$ 40. Há 17 anos, com a construção da barragem de Itá, o nível do Rio Uruguai subiu, fazendo com que a água cobrisse uma área de 142 metros quadrados onde ficava o Centro. Agora, restaram as recordações em duas torres do que antes era a Igreja Matriz, única parte da cidade baixa que ficou acima do nível do lago.
Outra opção na cidade é fazer arvorismo no parque Itá Eco Turismo, que tem 25 mil metros quadrados e muita coisa para fazer. São 10 tipos de obstáculos e até uma tirolesa de 1.780 metros, a terceira maior da América do Sul (entrada no parque a R$ 7 para crianças e R$ 15 para adultos; arvorismo custa R$ 40, e a tirolesa, R$ 25 para crianças e para R$ 50 adultos). A vista compensa o medo.
Depois, um passeio leve: voltamos ao centro da cidade com um bonde funicular – primeiro meio de transporte turístico do mundo, que surgiu na Itália. Igual a esse, no Brasil, só há outro em Santos (SP).
Em Marcelino Ramos, fizemos uma parada no café da Tia Lili, com grande quantidade de bolos e salgados a R$ 12,50. Quase todos os alimentos servidos são produzidos na propriedade, de forma orgânica.