O projeto que colocou a Campanha outra vez na rota do vinho começou há 15 anos, quando produtores plantaram parreirais para fornecer uva a uma vinícola da Serra. Hoje, são vários os vinhedos e as cantinas na região, e o enoturismo virou uma opção saborosa para quem passa pela BR-293.
Saindo de Porto Alegre, são 400 quilômetros pelas BRs 290, 158 e 293 até Candiota, onde começa o nosso roteiro. Como alternativa, dá para sair da Capital pela BR-116 e, depois, pegar a BR-293. São 260 quilômetros até Pelotas e outros 144 até o nosso destino, em quatro horas e meia de viagem.
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No caminho, dá para ver porque dizemos que a BR-293 é a rota dos vinhos da Campanha. Os parreirais ficam perto da rodovia e redesenham um cenário protagonizado, antes, pelo gado. Se, na história recente, os vinhedos debutam, no passado, a produção de vinho data de 1888, quando a família Marimon construiu uma cantina no povoado de Seival, que hoje pertence ao município de Candiota. Esses vinhedos não existem mais, mas a história permanece.
– Nosso slogan é "uma história por contar e uma história por fazer", porque estamos nas terras onde ocorreu a Batalha do Seival, um conflito militar de 1836 que ensejou a República Rio-grandense, e que agora é complementada pela história do vinho – explica o vitivinicultor Giovâni Peres.
A primeira vinícola da viagem, Batalha Vinhas e Vinhos, fica no km 144, onde se fala na vocação natural da região para uma nova vitivinicultura mundial. O vinhedo tem 6,5 hectares. Para quem está de passagem, é possível visitar sem agendamento, em horário comercial, e degustar as bebidas por R$ 20. Degustação com tábua de frios (R$ 40), almoços harmonizados (R$ 100) e minicursos (R$ 50) são oferecidos com agendamento, que pode ser feito pelo e-mail contato@vinhosbatalha.com.br ou pelo telefone (53) 99958-1993.
Dali, seguimos rumo a Bagé. São 44 quilômetros até o km 186 e mais dois quilômetros até a próxima cantina, a Peruzzo Vinhas e Vinhos. O vinhedo fica a 500 metros do Forte de Santa Tecla, local estratégico para o controle do trânsito das tropas portuguesas e espanholas, que disputaram o lugar.
As videiras ficam bem perto à cantina. O passeio inclui um tour pelos vinhedos. Depois, o turista pode acompanhar o processo de elaboração dos vinhos. Uma visita rápida com degustação sai por R$ 15. Há opções com petiscos (R$ 25) e almoço com cordeiro e vinho (R$ 85), além de minicursos de degustação e de churrasco (preços a combinar). É preciso agendar pelo telefone (53) 99971-6113.
Dali até Dom Pedrito, onde fica a última vinícola do nosso roteiro, são 80 quilômetros. O projeto da Guatambu Estância do Vinho foi pensado para manter, aos olhos do turista, a imensidão do pampa na paisagem. Por isso, a construção é mais horizontal, moderna, em harmonia com os vinhedos, e com um jardim com plantas nativas do bioma pampa, como a corticeira do banhado. A vinícola instalou painéis solares que abastecem 100% da energia utilizada.
As visitas com tour pelos campos e pela indústria precisam ser agendadas pelo telefone (53) 3243-3295, assim como minicursos de degustação (entre R$ 30 e R$ 60) e almoços harmonizados (R$ 180). É possível conhecer as caves, onde os vinhos são armazenados, os pupitris, onde os espumantes são finalizados, e acompanhar a limpeza das leveduras da bebida.
– A gente tenta passar ao visitante a valorização do pampa gaúcho em todos os aspectos, do cultural ao ambiental – comenta a vitivinicultora Gabriela Hermann Pötter.
E já dá para se organizar para a Festa da Vindima, realizada em fevereiro na Guatambu. Os visitantes poderão colher as uvas e ver como é a transformação da fruta em vinho. Para participar, também é preciso fazer agendamento.
Nas outras vinícolas, na época da colheita, que começa em janeiro, o turista pode acompanhar da seleção das uvas até o engarrafamento e o envelhecimento do vinho nas caves e nas barricas de carvalho.
#PartiuRS é uma série multimídia que mostra as belezas do Estado. Além do ZH Viagem, a série pode ser acompanhada aos sábados, no Jornal do Almoço, da RBS TV, no Supersábado, da Rádio Gaúcha, e em um site especial no G1. A coordenação é de Mariana Pessin (mariana.pessin@rbstv.com.br)