Quando se fala em Rio Grande, as pessoas logo pensam na praia do Cassino, com sua extensa faixa de mar e as vagonetas nos molhes da barra. Mas você sabia que a cidade é uma das que têm o maior número de museus no Brasil? São 15, de tudo que é tipo.
O nosso roteiro, feito a pé e de barco, começou pelo Centro Histórico, em frente à igreja mais antiga do Estado. A Catedral de São Pedro tem 261 anos – e muita história. No século 19, enquanto o prédio recebia integrantes da alta sociedade, a Capela São Francisco, que fica na parte de trás, realizava missas para os negros, a fim de convertê-los ao catolicismo. O espaço agora abriga a Coleção Sacra do Museu da Cidade do Rio Grande, que tem relíquias com quase 300 anos e cerca de 2 mil peças recuperadas e catalogadas. Verdadeiros tesouros, como imagens de santos em madeira esculpidas em séculos passados.
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– O museu é uma instituição que procura conjugar o antigo com o contemporâneo, o moderno. Tem que ser bonito, agradável e convidativo para todos – afirma Marisa Gonçalves Beal, coordenadora do Museu, que funciona de terça a sexta-feira, das 9h às 12h e das 14h às 18h, e aos sábados, das 10h às 16h (entrada a R$ 2; crianças de até 12 anos, estudantes de instituição pública e idosos não pagam).
Caminhando algumas quadras, chega-se ao prédio histórico da Alfândega, construído por Dom Pedro II há mais de 200 anos. Dentro, há um caminho pintado de azul para mostrar que a história do município é guiada pela água. Por essa trilha, encontramos a cronologia de fatos da região. Todos os corredores têm um "soundtube", uma espécie de audiodescrição de tudo para quem não pode enxergar. Em cada canto, uma viagem pela biografia da cidade mais antiga do Estado. O lugar funciona de terça a sexta-feira, das 9h às 12h e das 14h às 18h, e aos sábados, das 10h às 16h, com entrada a R$ 5.
O próximo ponto fica a apenas duas quadras dali. O Museu Náutico mostra bem a relação da região com o mar, contando histórias e exibindo equipamentos de navegação. O espaço abriga embarcações que já navegaram pelo mundo e agora estão ali para serem vistas por visitantes. Dali se dá o acesso para a Corveta Imperial Marinheiro, que está atracada no Porto de Rio Grande e virou uma plataforma flutuante de conhecimento. É um navio de guerra que virou museu ano passado, apresentando a história naval brasileira. Funciona de terça a sexta, das 13h30min às 17h30min, com entrada franca.
Como esses museus ficam próximos à hidroviária, vale a pena dar um pulinho em São José do Norte. Para chegar à cidade vizinha, só de lancha (passagem a R$ 2), que proporciona uma bela vista da Lagoa dos Patos. Mas não é só pela paisagem que o trajeto é uma boa pedida. Em São José, há restaurantes especializados em frutos do mar, com pratos que variam de R$ 24 a R$ 60.
De volta a Rio Grande, em 10 minutos de caminhada, chegamos ao Museu Oceanográfico, que mostra como é a vida nos oceanos (terça a domingo, das 9h às 11h30min e das 14h às 18h, com entrada franca). O espaço tem réplicas em tamanho natural de esqueletos de animais marinhos e conta com a mais importante coleção de moluscos da América do Sul.
Nele, fica o Centro de Recuperação de Animais Marinhos, referência no mundo nessa área. O Ipirelo, um leão-marinho exibido, gostou tanto do tratamento que decidiu nunca mais ir embora. Foi devolvido para o mar várias vezes, mas sempre voltou, e acabou virando o queridinho dos visitantes.
E já que estamos na beira da Lagoa, um bom programa é visitar o Eco-museu da Ilha da Pólvora, espaço que preserva a história e as espécies que vivem no estuário. O lugar funciona sexta e sábado, das 14h às 17h30min, com entrada gratuita. Para chegar, é preciso fazer uma travessia de barco, que custa R$ 3.
Como ir
Partindo de Porto Alegre, deve-se pegar a BR-116 até Pelotas e, depois, seguir pela BR-392. De carro, são cerca de quatro horas de viagem. De ônibus, demora um pouco mais: cerca de cinco horas, com passagens a partir de R$ 71.
Noite dos museus
Na próxima quinta-feira, 10 de novembro, Rio Grande realiza sua 1ª Noite dos Museus. Das 18h à 0h, os museus localizados no Centro Histórico ficarão abertos, com exposições e apresentações artísticas. Todas as atividades terão entrada franca. Participam do evento os Museus da Cidade, do Porto, Náutico, Oceanográfico, Antártico, a Corveta Imperial Marinheiro e a Fototeca Municipal.
No prédio da Alfândega, será montada uma exposição dos demais museus e acervos que ficam afastados do Centro. Na parte artística, estão confirmadas a participação da Escola de Belas Artes Heitor de Lemos e das bandas dos Fuzileiros Navais e Rossini.
#PartiuRS é uma série multimídia que mostra as belezas do Estado. Além do ZH Viagem, a série pode ser acompanhada aos sábados, no Jornal do Almoço, da RBS TV, no Supersábado, da Rádio Gaúcha, e em um site especial no G1. A coordenação é de Mariana Pessin (mariana.pessin@rbstv.com.br)