A temporada 2010/2011 de cruzeiros bateu o recorde de navios na costa brasileira: 20. Desde então, esse número tem caído ano a ano e, nesta temporada, que começa no dia 21, chegou a sete, o menor desde 2004/2005, quando seis transatlânticos vieram ao país.
Diante da crise econômica, dos problemas estruturais e do alto custo de operação que enfrentam no Brasil, as empresas acabam direcionando suas embarcações para outros portos com mais competitividade. Dos navios que perdemos em relação à temporada passada, dois foram para Cuba, destino novo para cruzeiros, e um para a China, mercado que tem crescido consideravelmente.
A italiana MSC foi uma que diminuiu sua participação, com três transatlânticos – no ano passado, foram cinco. O gerente comercial da armadora, Bruno Cordaro, diz que essa retração foi "momentânea", já que um novo plano de expansão da MSC agregará 11 novos navios a partir do ano que vem.
– Aumentando a frota, certamente o Brasil voltará a ter mais navios – avalia.
O sentimento em relação à próxima temporada é de otimismo, mas o setor não esconde os problemas que enfrenta para atuar em águas tupiniquins. Além da alta carga tributária e das taxas portuárias (cerca de 40% mais caras do que no resto do mundo), uma das principais reclamações é a falta de estrutura nos portos ou a inexistência deles em cidades que seriam atraentes para o cruzeirista.
– Às vezes, o navio precisa parar muito longe, aí tem de contratar ônibus para fazer o embarque/desembarque. Isso aumenta o custo – exemplifica o presidente da Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Clia Abremar), Marco Ferraz, lembrando que são cerca de 3 mil passageiros por viagem.
Ferraz conta que Florianópolis e Balneário Camboriú, em Santa Catarina, estão trabalhando junto à Abremar para dar condições à parada de transatlânticos já na temporada 2017/2018 – "se tudo der certo", frisa ele.
Descontos e benefícios
Mesmo com falhas estruturais e crise, a expectativa da Abremar é de que mais de 380 mil cruzeiristas aproveitem os 108 roteiros. De 21 de novembro a 18 de abril, as embarcações navegarão por 13 destinos no Brasil e 13 na América do Sul, em cruzeiros com duração entre três e 20 noites.
Para atrair os brasileiros, as empresas investem em promoções. Com a estreante NCL, por exemplo, o cliente pode escolher uma dessas cinco gratuidade a bordo: open bar ilimitado, uso de restaurantes de especialidades, sem taxas de serviço pré-pagas, 250 minutos de wi-fi ou passageiros extras na cabine. A MSC, que ofereceu viagens com o dólar congelado a R$ 2,99 no ano passado, tem agora a tarifa "super bingo". Segundo Cordaro, ela é mais barata e ainda pode render um upgrade para o passageiro, que escolhe um tipo de cabine, mas, na hora, tem a chance de ficar em outra melhor localizada.
Entre os benefícios da Costa, estão descontos entre R$ 300 e R$ 800 no cruzeiro de Natal e nas viagens com saídas nos dias 7, 13 e 21 de janeiro de 2017 a bordo do Fascinosa. Já a CVC, que fretou o navio Sovereign, está oferecendo 50% de desconto no segundo passageiro no cruzeiro de Natal.