Quando se vai à Estação Ecológica do Taim ou quando apenas se passa de carro em direção a Santa Vitória do Palmar ou ao Uruguai, a parada obrigatória é no mirante às margens da BR-471, onde é possível ver um pouco mais de perto animais como capivaras, jacarés e aves.
Geralmente, as pessoas se contentam com essa paisagem. Mas o lugar oferece passeios bem mais completos, em três trilhas que nos levam para conhecer melhor a fauna, a flora e a água da lagoa que envolve a estação.
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A partir de Porto Alegre, são 356 quilômetros, passando pelas BRs 116 e 471, em quatro horas e meia de viagem. Chegando à localidade da Vila da Quinta, basta acessar um viaduto.
Nossa aventura começou pela Trilha das Figueiras. A mata fica às margens da rodovia, mas mal dá para ouvir os veículos passando. A duração média do percurso é de 1h45min, mas tudo depende do ritmo do visitante. São cactos, tunas, corticeiras e jerivás, além de aves como sábias, cardeais e caturritas – uma aula de ecologia a céu aberto. Um dos pontos de que mais gostei na trilha foi a sombra de uma figueira centenária, onde é possível observar cada detalhe da árvore.
– É uma experiência que quem só passa de carro não tem – diz o guia de turismo William Rocha.
Manter um lugar como esse preservado não é fácil, explica William:
– A gente faz um rodízio nessas trilhas. Então, se uma turma vem pela manhã, à tarde, ela (a trilha) fica em repouso, para não estressar animais, a vegetação e evitar a erosão do solo.
O próximo passeio foi pela Trilha da Nicola, na qual os protagonistas são os animais: o namoro dos cisnes negros, a "difícil" rotina das capivaras, o bonito revoar dos pássaros ou os movimentos sincronizados dos jacarés. Mas o Taim também tem uma trilha com visual totalmente diferente, a da Capilha, onde a Lagoa Mirim é atração. Além da beleza natural, o local é cenário da primeira estrada que ligava Rio Grande a Santa Vitória do Palmar e, até hoje, vê-se resquícios dessa história, com a passagem diária de gado e cavalos por ali.
Para quem gosta de história e cultura, também há a Capela de Nossa Senhora da Conceição, de 1844.
– Contam os moradores que tem um padre sepultado na porta da capela. Se é verdade ou não, fica o mistério – comenta o guia William.
Estudantes de Arqueologia da Universidade Federal do Rio Grande (Furg) encontraram um cemitério ao redor da capela, com ossos humanos em perfeito estado. A construção, herança da colonização portuguesa e tombada pelo patrimônio histórico e cultural do Estado, é aberta uma vez por mês para a realização de uma missa.
– Esse programa de trilhas é uma forma de geração de renda e de integração da sociedade local com as pessoas que vêm visitar. A tendência é de crescimento, com novas trilhas e turismo rural – diz o chefe da Estação Ecológica do Taim, Henrique Ilha.
Como fazer
O passeio custa entre R$ 100 e R$ 180, dependendo se você for de carro, van ou ônibus (paga-se por veículo, não por pessoa). O agendamento deve ser feito pelo telefone (53) 3503-3151. Para hospedagem, há campings, chalés e casas na trilha da Capilha, a cinco quilômetros da estação, ao custo de R$ 15 a R$ 30 por visitante. Quem quiser um clima mais aventureiro pode acampar na praia mesmo, sem pagar nada. Para comer, há o restaurante Mirim, bem perto da estação, que oferece comida caseira por R$ 25 ao quilo.
#PartiuRS é uma série multimídia que mostra as belezas do Estado. Além do ZH Viagem, a série pode ser acompanhada aos sábados, no Jornal do Almoço, da RBS TV, no Supersábado, da Rádio Gaúcha, e em um site especial no G1. A coordenação é de Mariana Pessin (mariana.pessin@rbstv.com.br)