Na semana passada, dei dicas aqui para um roteiro enogastronômico por Mendoza, que foi o foco da minha viagem por lá. Hoje, levo vocês para conhecer outras atrações da capital argentina do vinho: neve, esqui, rafting, escaladas e caminhadas garantem o equilíbrio com as incontáveis opções para comer e beber.
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PARQUE GENERAL SAN MARTIN
Alguns mendocinos comparam aos bosques de Palermo, em Buenos Aires. É um parque com 307 hectares de áreas cultivadas e 17 quilômetros de trilhas. Fica na área nobre de Mendoza. Vale para um mate na tarde de domingo ou uma caminhada no final do dia. Os portões são históricos, feitos no Reino Unido e comprados em Paris. O Estádio Mundialista (construído para a Copa de 1978 e onde o Brasil jogou com Peru e Polônia) também fica lá.
CERRO DE LA GLORIA
Morro dentro do Parque San Martin, tem uma vista espetacular da cidade. Um monumento ao Exército Andino impressiona na parte mais alta. Alguns carrinhos de comidas e bebidas oferecerem alternativas simples para lanches. É possível subir de carro.
ACÉQUIAS
Os canais de água que estão distribuídos ao longo das calçadas da cidade são marca registrada de Mendoza. Os ramais são abertos e fechados de acordo com a necessidade de condução da água que chega das montanhas pelo degelo – a cidade foi construída sobre o deserto, e é preciso irrigar o solo.
BUS VITIVINÍCOLA
Quer aproveitar o passeio pelas vinícolas sem se preocupar em dirigir? Mendoza tem um serviço que testei e adorei – o Bus Vitivinícola. Com roteiros que passam pelas principais bodegas e preços atrativos, muitas degustações e almoços harmonizados têm descontos especiais se forem marcados via Bus. São várias opções durante a semana e também no sábado e domingo. Os valores variam.
PASSEIOS PELA NEVE
Alugue um carro ou contrate um guia de turismo. A partir do outono, você já pode ter a sorte de ver neve pelas montanhas. Na alta temporada de inverno, as estações de esqui Vallecitos, Las Leñas e Penitentes são procuradas por turistas e moradores. Mas cidadezinhas próximas como Potrerillos, Las Vegas, El Salto ou Manantiales valem o passeio de um turno, pelo menos. Elas também têm cabanas para hospedagem. Ah, se estiver dirigindo, não esqueça de alugar correntes para os pneus – a polícia não deixa passar sem elas se tiver neve ou gelo na pista.
PARQUE PROVINCIAL ACONCÁGUA
Confesso que me emocionei vendo esse gigante chamado Aconcágua. É compreensível o motivo pelo qual tantos encontraram a morte tentando chegar ao seu cume, a atração é instantânea. Você só consegue entender a dimensão quando para, encara essa montanha e sente a pele arrepiar. De verdade. A sensação continua quando você visita o Cemitério dos Andinistas, próximo dali. Alguns daqueles que morreram escalando o Aconcágua estão enterrados nessa área, que tem um pequeno cerro ao centro. Nos túmulos, botas e acessórios de alpinismo. Dedique um tempo e, com calma, preste seu respeito aos aventureiros de diversas nacionalidades.
RAFTING
Acredite, as corredeiras que descem das montanhas são usadas para passeios de rafting na primavera e no verão. Alguns, mais corajosos, aventuram-se também no outono (fui testemunha de descidas em pleno final de abril) nas águas que se formam com o degelo e tomam velocidade montanha abaixo.
CAMINHO PARA O CHILE
O caminho para o Chile pela Ruta 7 é encantador. A paisagem vai mudando: os marrons, vermelhos e amarelos do deserto se tornam mais marcados, e a neve no cume das montanhas pode distrair o motorista de tão linda. Saia de Mendoza e vá por Potrerillos, onde você vai perder o fôlego com o verde e azul das águas da represa
PUENTE INCA
Um dos cartões-postais da região, a Puente del Inca é uma formação rochosa natural sobre o Rio Las Cuevas, no departamento de Las Heras. Em 1925, foi construído um hotel luxuoso junto à ponte, onde cada quarto contava com piscina com águas termais privativa. Em 1965, depois de sucessivas avalanches _ que também desabilitaram o serviço de trem transandino _, o lugar foi fechado. Hoje, as instalações do hotel estão abandonadas, e não é possível acessá-las. No local, há venda de lembrancinhas e suvenires, além de alguns restaurantes para turistas.
NA FRONTEIRA COM O CHILE
Saindo de Mendoza, sem parar, o trajeto pode ser feito em pouco mais de três horas. Mas já convenci vocês que vale muito à pena as paradas, certo? Não cruzei para o Chile, mas fui até a entrada do túnel Cristo Redentor – a saída já é no país vizinho. Quando fui, as montanhas estavam cobertas de neve. É curioso, porque, quando a nevasca é muito forte, a passagem fecha _ pelo caminho se vê vários postos de combustíveis que servem de casa para caminhoneiros (inclusive centenas de brasileiros) no inverno mais rigoroso.
* A jornalista viajou com apoio da Top Travelling Viagens e Turismo