Um vídeo na internet sobre as belezas naturais da Bolívia me levou a planejar essa viagem que guardo com muito carinho em meio a outras tantas que já fiz. Apesar de relatos sobre dificuldades encontradas por viajantes, fiquei com uma ótima impressão sobre esse roteiro tão pouco explorado e convidativo.
O trajeto do "trem da morte" - que sai de Puerto Quijarro, fronteira com Corumbá (MS), e tem como destino Santa Cruz de La Sierra - foi um dos meus primeiros contatos com os nativos bolivianos. A gastronomia, baseada em frango e batatas, não foi um problema, e a hospedagem em hostel foi mais agradável do que o esperado.
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Conheci Sucre, uma cidade de vida noturna, com ar universitário, porém com um acesso pouco estruturado. Fiquei dois dias visitando mirantes e os pontos turísticos antes do principal objetivo do roteiro: o Salar Uyuni.
Uyuni é uma cidade pequena, no distrito de Potosí, que vive basicamente do turismo feito no salar, o maior deserto de sal do mundo. Há opções de passeios de um, dois ou três dias (o que eu indico), feitos em jipes 4x4 para seis pessoas.
Entre o maior deserto de sal do mundo, cactos de 10 metros, lagunas incríveis, montanhas com diversas cores e vulcões, fica difícil dizer qual foi o ponto alto da viagem. O ponto fraco, porém, certamente é o frio - que, à noite, pode chegar a -10ºC.
Em seguida, fui a La Paz, onde subi a Montanha Chacaltaya, antiga estação de esqui. Visitei o famoso Mercado das Bruxas e fiz passeios culturais. Depois de dois dias, segui para Isla del Sol, no Lago Titicaca. Foi onde fechei meu roteiro no país, com trilhas, tcholas sempre receptivas com seus sorrisos dourados, crianças brincando em meio à natureza e ruínas repletas de histórias.
Com o devido planejamento, indico essa viagem a todos os que querem uma experiência renovadora e transformadora.
Perfil
Luciano Noronha, 35 anos, é técnico em radiologia em Caxias do Sul
Lugares que conhece: Argentina, Peru, Paraguai, Chile e Bolívia
Ainda pretende conhecer: todos os países da América do Sul
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Isla del Sol é a maior do Lago Titicaca, acessível a partir da cidade de Copacabana. A ilha era sagrada para os incas, e há muitos sítios arqueológicos por lá. Estudos indicam que a civilização inca teve origem ali, com o surgimento de Manco Capac. É um lugar mágico, belíssimo, atualmente habitado por indígenas de origem quechua e aymara, que cultivam principalmente batatas e milho nos campos em forma de terraços.
Helga Pichler
De Porto Alegre, em maio de 2014
O Cânion de Torotoro, ao sul de Cochabamba, é ótimo para apreciar os voos de condores e a geologia magnífica do lugar, além das supostas pegadas de dinossauros.
Klei Medeiros (de cinza), com os amigos Willian Baye, Florence Juyon, Alejandro Saavedra e Tycho Speekenbrink
De Porto Alegre, em agosto de 2011
Incahuasi (Casa de Inca) é um dos oito oásis do Salar de Uyuni. Faça também um tour pelos vulcões, alguns com quase 6 mil metros de altitude, passando pelas várias lagunas com uma diversificação de cores que impressiona. A rota dos desertos é outra atração imperdível, com destaque para o de Silioli, com temperatura que chega a -30ºC à noite. Ao meio-dia, pode-se tomar um banho nas Termas de Polques, com água a 30ºC. Dos 33 países que visitei, esse roteiro foi um das mais emocionantes e inesquecíveis.
Antonio Luiz Rucker e Maria Cristina
De Estrela, em agosto de 2013
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