A sensação que se tem ao chegar a Porto Seguro é de que há um sol para cada pessoa. Seja pelo calor sempre convidativo às lindas praias, pelas atrações culturais ou pela receptividade do povo. Praticamente toda a população é envolvida direta ou indiretamente pelo turismo. Desde os índios Pataxós, nativos da região, que recebem viajantes em uma reserva, passando pelos resorts e pelas pousadas charmosas à beira-mar, até o turismo histórico e cultural que remete às origens do Brasil.
E o mar também é para todo mundo: Porto Seguro tem praias tranquilas para famílias, tem praias para prática de esportes náuticos e tem praias com a agitação do axé. Sem contar o colorido dos índios e os diversos roteiros alternativos para proporcionar novas vivências aos primeiros visitantes e àqueles que sempre voltam querendo um pouco mais.
Passeio alternativo
Que tal percorrer os 85 quilômetros de praia que ligam Mutá, no extremo norte de Porto Seguro, a Caraíva, na ponta sul do município, de um jeito diferente? Há dois anos, o projeto Bahia Active (www.bahiaactive.com.br) tem promovido essa experiência para quem busca um olhar alternativo dos pontos turísticos. Com a proposta de mobilidade sustentável integrando ciclismo, caminhada e canoagem, é possível aliar prazer, diversão e história na Costa do Descobrimento.
São 12 roteiros que incluem guia especializado, seguro individual, água, lanche, isotônico, alongamentos e equipamentos de segurança.
- É uma forma de desbravar e mostrar o que as pessoas não conhecem - destaca a criadora do projeto, Renata Tardin.
Praia do Espelho
Não é à toa que a Praia do Espelho, escondida entre os povoados de Trancoso e Caraíva, é uma das mais bucólicas e sedutoras do sul da Bahia. Basta estender uma esteira na areia e flertar com a linda paisagem.
O mar azul e morno bate na areia grossa e fofa. Do fundo dos grãos molhados surge um serelepe caranguejo assim que o mar retoma o seu lugar. Quando o mar teima em voltar, ele se banha e afunda novamente.
E, dessa forma, o bicho fica flertando entre a areia e o mar. Assim também é o movimento que fazem moças, rapazes, casais, crianças, famílias e idosos ao saírem das charmosas pousadas que têm suas entradas quase beijando o mar. Já saem dos quartos sem chinelo. A poucos metros, apenas dois obstáculos os separam da piscina natural: a sombra e os coqueiros.
Pôr do sol na Tarifa
Enquanto o pescador Carlão (foto), 60 anos, limpa suas tainhas na beira do Rio Buranhém, os barcos atracados na Tarifa, local onde se vendem peixes frescos, emolduram um pôr do sol imperdível no Pacatá. A graça está em chegar ao local caminhando ou de bicicleta, apreciando as ruas estreitas de paralelepípedo e as casas coloridas.
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Turismo histórico e cultural
No alto do Centro Histórico, é possível voltar ao passado e descobrir o primeiro núcleo habitado do Brasil, com prédio do século 16. Lá estão, por exemplo, o Marco do Descobrimento, as igrejas Nossa Senhora da Pena, Nossa Senhora da Misericórdia, de São Benedito e a Casa da Câmara e Cadeia, que hoje abriga o museu da cidade. A vista de todo o Litoral Norte cativa o olhar dos turistas e é parada obrigatória para fotografar.
Memorial do Descobrimento
Diante de uma alameda coberta pela sombra de espécies nativas, os jovens guias Rebecca Silva, 15 anos, e Welton Almeida, 16 anos, recebem os visitantes no Memorial da Epopeia do Descobrimento, um parque na beira da praia do Cruzeiro, na Orla Norte, que relembra o descobrimento do Brasil (saiba mais em www.memorialdodescobrimento.com.br).
O Sol e o mar de Olinda e Recife
Em linguagem de cordel, eles narram o momento da chegada da Nau Capitânia, a embarcação que trouxe Pedro Álvares Cabral e sua tripulação ao Brasil, o primeiro contato com os índios e detalhes da colonização do país. Cativante, a dupla conduz o passeio por exposições temáticas sobre o descobrimento até chegar na réplica em tamanho natural da Nau, a parte preferida dos visitantes.
Pataxós à vista
Eva Lima, 77 anos, recebe, concentrada, a pintura feita com delicadeza e precisão por uma índia Pataxó. Em sua primeira visita a Porto Seguro, a paulista surpreende-se com a recepção na Reserva Indígena Pataxó da Jaqueira, que fica a 12 quilômetros do centro da cidade, em plena Mata Atlântica (saiba mais em www.pataxoturismo.com.br).
- Achei que não tinha índio civilizado - comenta ela, sem mover o rosto para não estragar o enfeite.
Na companhia de amigas e de um grupo de turistas brasileiros e estrangeiros, ela conheceu um pouco dos costumes dos Pataxó, que recebem os visitantes sempre com corpos pintados e usando coloridos cocares e adereços.
O ponto alto do passeio é a caminhada em uma trilha de 1,5 quilômetro dentro da reserva, guiada pelo índio Murici, 53 anos, que mostra as tradicionais armadilhas para a captura de pequenos animais entre árvores nativas. No fim, todos são acolhidos no Awê (foto abaixo), um ritual de confraternização e agradecimento aos visitantes. Tradição que teve início em 1998, quando a aldeia foi fundada pelas irmãs Nitinauãn, Jandaia e Naiara, para resgatar o modo tradicional de viver, as histórias, os rituais e preservar a floresta.
As cerca de 30 famílias que vivem na reserva estão habituadas ao turismo. Raramente saem da aldeia - nem mesmo os jovens - e têm na venda de ingressos e no artesanato sua forma de sustento.
- Aqui somos uma grande família - enfatiza o jovem Kawã (foto), 20 anos, que tem orgulho em receber pessoas de todos os lugares.
Charme e paixão no Quadrado de Trancoso
Tão encantador quanto as praias da região só o Quadrado de Trancoso, a 26 quilômetros de Porto Seguro. O nome remete ao formato de vila na tradição portuguesa, com uma igrejinha (foto abaixo), casario colorido de nativos, uma praça e lojas de artesanatos. Cenário bucólico incrementado pelas charmosas pousadas e restaurantes de alta gastronomia.
De dia, tranquilidade. À noite, um charme. Então, não resista e entre em qualquer portinha que avistar no Quadrado de Trancoso. Cada uma delas revela aconchego e requinte, principalmente as pousadas com restaurantes especializados.
Não resista também à pipoca do Paixão, a única do lugar (mas não só por isso a mais saborosa), vendida pelo seu Manoel, um senhorzinho de 63 anos que nunca saiu do povoado.
Agora imagine um casal apaixonado dividindo um saquinho da pipoca do Paixão, caminhando à noite, iluminado pelas luzes coloridas do local. Dá casamento, não é? E é exatamente nisso que pensa muita gente. Trancoso é um dos lugares mais procurados no Brasil para a realização de matrimônios. Tanto na pequenina Igreja de São João Batista, toda pintada de branco - lotada até junho de 2016 - quanto nas charmosas pousadas do distrito.
De tacada em tacada
Tacada no Buraco 14, o último e mais famoso cartão-postal, no Terravista Golf Course (contato@terravistagolf.com.br), localizado sobre falésias multicoloridas de Trancoso. É possível agendar aula e locar equipamentos para poder jogar em um dos campos mais exclusivos do Brasil.
*O fotógrafo viajou a convite do Porto Seguro Convention & Visitor's Bureau