Com muitos preços fixados em dólar, os cruzeiros chegariam pouco competitivos ao Brasil nesta temporada, que começa em 5 de novembro, certo? Errado - pelo menos por enquanto. Algumas armadoras estão oferecendo valores convertidos com a moeda americana congelada a menos de R$ 3, mesmo que por tempo limitado, além de outras facilidades para não perder o turista brasileiro que sofre com a desvalorização do real. As empresas divulgaram suas promoções na 43ª Abav Expo, em São Paulo.
Com o maior número de embarcações no litoral brasileiro em 2015/2016, a MSC fixou a moeda americana em R$ 2,99 para seus roteiros por aqui e para outras partes do mundo, como Caribe e Europa. Os passageiros também poderão comprar pacotes de bebidas, spa e excursões antecipadamente com o dólar mais barato e parcelar tudo em 10 vezes sem juros, em vez de encarar os preços a bordo, que seguem a cotação normal. Os lugares são limitados, então é bom correr.
- A expectativa é lotar todos os navios - diz o diretor comercial e de marketing da armadora, Adrian Ursilli, sobre a temporada brasileira.
Já a Royal Caribbean fixou o dólar em R$ 2,69 até o fim de outubro para os que quiserem navegar pela América do Sul a bordo do Rhapsody of the Seas ou 30% de desconto nas tarifas para quem preferir um cruzeiro internacional. Nos dois casos, a companhia oferece também terceiro e quarto hóspedes grátis, de US$ 50 e US$ 600 em créditos para gastar no navio e parcelamento em 12 vezes sem juros.
Outras armadoras com cruzeiros que passam por aqui, como a Costa e a Pullmantur, têm seus preços fixados em real, sem a possibilidade de variação.
- O dólar pode aumentar à vontade que não vai mudar nossos preços - observa a gerente de vendas e marketing da Costa, Marcia Galvão.
Oferta menor
A temporada 2015/2016 na costa brasileira, que vai de 5 de novembro a 1º de maio, terá 10 navios, e a expectativa da Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Clia Abremar Brasil) é de que quase 600 mil cruzeiristas aproveitem os 211 roteiros. Pode parecer muito, mas a verdade é que o Brasil, a cada ano, tem apresentado uma oferta menor de embarcações. Em 2010/2011, o auge do setor por aqui, foram 20 navios e mais de 792 mil passageiros (veja no gráfico).
O grande problema é que o país tem se mostrado pouco competitivo, devido aos altos custos e à falta de infraestrutura, o que tem feito as armadoras enviarem as embarcações para outros locais, explica o presidente da Clia Abremar, Marco Ferraz:
- Temos concorrentes que estão fazendo melhores condições, como China e Austrália.
O executivo alerta que há grande possibilidade de o país perder ainda mais espaço neste mercado na próxima temporada, com expectativa de recuperação em 2017/2018.
*A editora viajou a convite da Abav
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