A maior cidade do Tennessee tem mais de um milhão de habitantes em sua região metropolitana. Se você, como nós, chegar de ônibus, fique atento: a rodoviária é longe do centro (pelo menos 20 minutos de táxi), e o valor da corrida pode ser o mesmo que você gastou na passagem (cerca de US$ 40). Táxis são meio raros e, a não ser na Beale Street, conseguir um lugar para comer depois das 22h é quase um drama.
A distância referida, aquela da rodoviária ao centro, é mais ou menos a mesma que tínhamos para ir de nosso hotel até Graceland, principal objetivo na viagem. A mansão que Elvis Presley comprou para viver aos 22 anos, em 1957, e onde morreu, em 1977, também fica nos arredores de Memphis. Optamos por contratar um tour que incluía os ingressos (US$ 49), o que resultou bem mais barato do que se fôssemos por nossa conta, como era o plano. Saímos bem cedinho pela manhã.
Graceland, a mansão de Elvis Presley. Foto: Rosane Tremea, Agência RBS
Considerado patrimônio histórico, o complexo reúne museu com os carros do rei rock, aviões, as roupas, lojas de suvenir (são 11, se não me falham a memória e as anotações!), cinema, restaurante e até hotel, o Heartbreak, batizado com o nome de uma de suas músicas mais famosas. A visita interativa à mansão é uma das mais organizadas que já fiz. Entra-se em grupo, tendo à mão um tablet, mas cada um faz seu roteiro, ouvindo as músicas, acompanhando vídeos e gravações extras.
Tudo bem tranquilo, com tempo certo, mas sem pressa. Acaba no jardim, onde estão os túmulos de Elvis e de sua família (pai, mãe, avó, irmão, na foto abaixo). Para os fãs (a maioria, naquele dia, de cabeça branca), é quase impossível não se emocionar.
Foto: Rosane Tremea, Agência RBS
No caminho de volta, pedimos para desembarcar no Sun Studio, o lugar onde, dizem, nasceu o rock. Por ali, sob o comando de Sam Phillips, começaram suas carreiras Jerry Lee Lewis, Johny Cash e o próprio Elvis. Quase perdemos a única visita guiada a que poderíamos ter acesso (queríamos voltar ao nosso hotel para ver a Marcha dos Patos - leia no texto sobre o Peabody Hotel abaixo), o que teria sido uma lástima. A guia performática fez o grupo de umas 20 pessoas que se amontoavam nas peças pequenas rirem, cantarem, posarem com microfones. Uma outra imersão no mundo da música.
Foto: Rosane Tremea, Agência RBS
Encerramos o dia na Beale Street, a Rua do Blues, fechada para os carros à noite. A pedida é entrar e sair das dezenas de bares e clubes de música ao vivo. Não se paga ingresso, então dá para variar. Ficamos a maior parte do tempo no Rum Boogie Cafe, com blues do bom e comida farta. Para quem vem de fora ou mesmo para quem vive nos Estados Unidos, é de estranhar que seja permitido fumar em ambientes fechados - nos bares, no caso - e beber na rua. Em New Orleans também se verá o mesmo.
Foto: Rosane Tremea, Agência RBS
Hotel
Escolhemos três hotéis históricos, dois deles catalogados no Historic Hotels of America, associação com mais de 260 estabelecimentos (para ser membro, o hotel precisa ter mais de 50 anos e ser reconhecido pela autenticidade e pela arquitetura). Nossa escolha fez a diferença, pelo conforto, pela localização e pela história.
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Peabody (Memphis) - Inaugurado como hotel em 1869, é uma construção imponente e marcante na história de Memphis. Por duas vezes, o Peabody fechou. Foi reaberto pela última vez, restaurado ao longo de seis anos e ao custo de US$ 25 milhões, em 1981. Celebridades - como a ex-mulher de Elvis Presley, Priscilla - se hospedaram/hospedam nos seus 464 apartamentos. Pelo tamanho, o atendimento poderia ser impessoal, mas não foi o que nos pareceu. Café da manhã a preço razoável, um músico sempre ao piano tocando blues/jazz e com direito, ainda, à famosa Marcha dos Patos, um curioso (seria esse o adjetivo?!) ritual cumprido às 11h e às 17h.
Há 75 anos, todos os dias, dezenas de pessoas se reúnem para ver cinco patos entrarem e saírem da fonte do lobby, junto ao bar, e se deslocarem, pelo elevador, até o terraço do hotel. Fica a poucas quadras da Beale Street, a rua mais famosa da cidade.